domingo, 30 de dezembro de 2012

Distintas ausências

Ausência.
É uma sensação sem fronteiras a transpor.
Soledad estradeira,
Sem direção certa,
Maltrata sem deixar marcas,
No corpo nada,
E a alma esfacelada.



Um silêncio grita.
Uma alma cativa no tempo,
Um frio de verão,
A queimar como fogo.



Ausência.
Corporal e da alma,
Inconstante e jamais se aplaca,
Jamais permite a calma,
Sonhada harmonia.



Ausência do outro.
Uma dor.
Ausência de si.
Fim da Razão.



Tempestade, tormenta,
Pensamentos em profusão.
De sopetão nos assalta,
O vazio do ente,
Amado ente,
Corpóreo, incorpóreo.



Ente e ausente,
Pedaços de lembranças,
Pequenos talhos na carne,
Das mais sinceras emoções.
Ausência não acaba.
Segue.
Se perpetua.
Faz pousada no coração.



Ausências são perdas,
Todas imateriais,
Importantes.
Imortais talvez.



Elementos brancos,
De vazio existencial.
Elementos brandos,
Sem manchetes no jornal,
Somos todos ausência,
Sem nomes de destaque,
E nessa clandestinidade,
Invisíveis agentes,
Com palavras construimos,
Anteparos de valores.



Sólidas bases,
De um outro amanhã.
Nossa Nova Aurora,
Aurora partilhada,
Solidariedade y amor,
Sem rancor,
Ou malas lembranças,
Do que se fez ausente,
De morte ou apartamento.



Todo distante é ausente,
Distante de apartamento,
Dista no amor,
Sentimento.



Mas a ausência de morte.
É presença sangradeira.
Cada dia toma uma gota.
Sem drenar a energia.
Do amor, viajante no tempo.




Paulo Cesar Fernandes


23  12  2012

2 comentários:

  1. Materializou em palavras, profundos sentimentos. Grande abraço. Cyro.

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    1. Grande Cyro. Irmão de sonhos.
      A estrada é longa e a Luta segue como sempre.
      INJUSTA.

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