quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Evangelizado em tempos de Mensalão

Não, não minha mãe, não mais é evangelizado.
No tempo de minha infância esse termo era admissível.


Mas após Leonardo Boff trazer à luz o conceito de Espiritualidade o pensamento deu um salto de qualidade em termos conceituais. Rompeu com os velhos padrões mistico-religiosos para se postar muito acima de tudo isso recobrando a soberana Razão propalada por Hegel, o filosofo maior do Iluminismo alemão.
Sei que hoje me entende quando digo estas coisas, pois acompanha passo a passo a jornada que venho trilhando, de renovação mental e intelectual, e os
esforços no sentido da ética de um lado,  da complacência com os semelhantes de outro. Nada mais de Alzeimer lhe tolhe a lucidez e a inteligência sempre viva.
Me é muito dificil deixar de desprezar aos que não prestam.
É muito, muito dificil, mas é uma tarefa que anda a meio. Já foi muito pior. Mas ainda babo pela possibilidade de uso do sarcasmo.
Com quem me traiu principalmente, como foi o caso do PT, o e-mail que hoje saiu daqui derramava sarcasmo.
Muito carinho e carinho real, pois desejo mesmo que tudo saia bem ao PT.  Disse a eles:
" Que os inocentes sejam inocentados.

   Que os dignos sejam dignificados.
   Aos demais, a Lei."

Foi o que disse no e-mail. Espero que não haja abuso da Lei, mas que ela se cumpra no mais profundo do seu rigor.
Não, não, nada de vingança. Apenas o justo.
Se um ladrãozinho vai em cana. Muito mais motivos tem de ir um ladrão de tamanho maior. Pegar tempo maior de prisão.
É a lógica mais simples.


Sei que eles não tem culpa de não ter tido uma familia como a nossa.
Mas a nossa é igual a milhares e milhares de familias brasileiras.
Familias dignas e trabalhadoras, trabalhadoras sim. Sol a sol, doentes muitas vezes.


Os ladrões são minoria. Só que ocupam os cargos maiores da nação, e apenas ocupam pois são ladrões.
Os donos do poder sabem, até por experiência vivida que homens dignos só atrapalham.
Vão prá rua e denunciam a roubalheira, as falcatruas, as navalhadas no bolso do povo.
Não, não mesmo, não estou nem um pouco bravo. Amansei!
Já pastei em cimento duro, onde graminea alguma poderia nascer.
O pasto dos honestos e de todo povo brasileiro.
E lá me puseram.
Eu calado num canto do Paço, mas no outro canto da cidade cantava de galo, o galo de briga que sempre sou quando se trata de ética e de roubar o que
de direito é de todo um povo.
Não denunciava por vingança, mas por dever ético.
Os povos merecem respeito.

Quer saber?
Estou espiritualizado sim. O que não me impede de tratar de assuntos lodaçentos.
Entrei e saí do lodaçal sem uma única mancha em meu terno de linho branco.
Pai Jesus e Mãe Josefa meus avós, voces meus pais, meus tios queridos todos podem olhar meu terno branco.
E devem se orgulhar de mim sim. Propostas muitas se insinuaram, e o que ousou teve a devida resposta.
Hei de estar limpo até que me entreguem o corpo ao chão; e limpo em todos os aspectos dessa palavra.
É muito lindo olhar para traz e ver em que lodaçal estive convivendo e estar aqui assim.
Pobre. Digno e Feliz.
Não há o que pague.
Foi verdadeiramente luminosa essa jornada, feita com voces e em vossa homenagem, meus antepassados.
E porque voces merecem, hoje eu volto a homenageá-los.
E dizer obrigado, por ter me recebido em vosso seio tão aconchegante.
Eu vos amo demais por tudo isso.


Paulo Cesar Fernandes

02/08/2012

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