Pele
Baixo da pele tenho uma cidade a me falar, pelo murmurar das ondas; nas palavras doces da fala de seu povo; uma localidade em transmutação, uma ilusão em aberto.
De meu?
Nada tenho; nada desejo; nada preciso.
Vejo além da vida e alço voo com facilidade.
Os pés, sempre no chão, no calçamento ou no asfalto não são impedimento.
São voos amplos, voos de amor, voos de cantos. Mais que poeta sou um sentidor.
Sinto a dor do mundo no fundo das entranhas.
Não me comove a morte e sim a Vida.
Na minha cidade me vejo renascer a cada dia, a cada momento, a cada recanto visitado.
Que a vida me guarde deste mundo mal amado e pleno de ódio.
Sou frágil como uma ave.
Mas minha fragilidade é a força, é dela o meu voar.
Atravesso espaços e sonhos. Assim me vou. Adiante e sempre.
Paulo Cesar Fernandes
28 02 2014
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