Arte no tempo
Um escritor, um músico, um artista qualquer não pode nada deixar passar.
A menina que passa ao lado. O som do vento, nos amplos campos do Planalto Central ou no cerrado. O som do rio e o crepitar do fogo.
Tudo serve. Tudo é tema, tudo é mote de inspiração.
A pena é sempre nervosa. A mente? Em processo de turbilhão. Ao fim nada é mais temperamental que uma ideia. Veloz ela te foge da mão.
Somos antenas do mundo, a informar nosso tempo, a desvendar nossa sociedade.
A arte escreve e descreve a vida nas suas mais diversas formas: diversas formas de arte e diversas formas de vida. Em ambas a força motriz do novo a desabrochar.
Nada é proibido ao escritor e ao artista. Abrir a alma é vital e pode causar medo, pois de alma aberta nos vemos vulneráveis, mas essa mesma vulnerabilidade é a marca de nossa coragem e de nossa força.
Na arte jogamos a vida, e nossa vida se joga em nossa própria arte.
Ser sério num tempo leviano e sarcástico é como permitir a espada sempre pendente sobre nossas cabeças.
A maldade joga forte aos sérios do mundo; pois a vida e a morte são faces de uma únca moeda. Os grandes nomes da História são as provas mais evidentes dessa triste realidade.
Mas só é arte se verdadeira, posto que falsa não é arte, tendendo mais à farsa, à mais barata e esdrúxula mistificação.
Somos os artistas da Hora. Do tempo presente, tempos da indidualidade sufocante.
Somos os artistas da Razão.
Nada temos fora disso, nosso caminho não é outro, nele pisamos nossa coragem, e não usamos atalhos de fuga.
Somos sérios em nosso trabalho. Somos artistas da Vida e do Amor.
Não mentimos ou enganamos; somos o que somos, nem mais e nem menos.
Fazemos furor e ódio.
Fazemos o mundo girar para muito além da mentalidade Século XX ou XXI. Longe, looonge vai...
Apesar de tudo e de todos os fatos: Somos o Futuro.
Paulo Cesar Fernandes
09 02 2014
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