Menino eterno
O espetáculo das aves saltando entre antenas de TV extasia meus olhos de menino eterno.
Sempre envolto e ocupado no desvendar a natureza.
Quero livres a plantas: maracujá; a bucha; a gibóia e as rendas portuguesas.
Quero livres os animais todos, assim como busco a libertação do animal homem; todos formatados para servir, ser servo dos outros, desvinculando-se da individualidade que lhe é própria. Que o constitue e anima.
Sei que é fim de tarde.
Desde menino esse momento tem um acesso privilegiado sobre meu interior. É um momento que me chama pelo nome. Apela à minha atenção. Atenta à minha sensibilidade humana.
É a hora das Aves. É a hora dos encontros. Dos abraços sinceros entre antigos amigos. É a hora das mais doces palavras no retorno ao Lar.
A própria natureza se movimenta mais quieta e respeitosa no preparo da noite.
A alma humana, quando atenta, registra tão somente o seu sentir.
Paulo Cesar Fernandes
27 02 2014
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