20131012 Peripatético - TV Cultura
Tema: Fé.
Religiosos e ateu convidados. Há um dilema, um desencontro entre a Fé e a Razão.
Segundo penso onde chega a Razão a Fá se desfaz. Não há possibilidade de uma Fé Raciocinada como propoe os Kardecistas.
Falando sobre o homem Nelson Rodrigues afirma: "Quando se tira a imortalidade o homem cai de quatro." Ao que parece como um animal de quatro patas. OK.
Pondé: "As religiões são uma espécie de Auto-Ajuda." Concordo com Pondé e não recrimino nem os religiosos e nem os leitores de livros dessa categoria.
"Meu caminho pelo mundo eu mesmo faço. A Bahia já me deu régua e compasso.' - Aquele abraço - Gilberto Gil, o filósofo.
Toda razão ao poeta e filósofo mesmo.
Deus não está morto, vem se tornando mais e mais desnecessário. Os budistas se sentem iluminados, e sem Deus ou deuses. Estão numa boa segundo vejo alguns budistas, dentre eles Heródoto Barbero (ou Barbiero ?)
Mas chegar à inutilidade de Deus é um longo caminho.
E doloroso para os de familia religiosa. A devoção e emoção talhadas pela familia são fortes. Fazer a ruptura com Deus, quando a lógica se estabelece é revolver as profundezas longamente sedimentadas de um lago.
Quando o ateu se coloca para seus antigos pares religiosos, recebe a solidão como companheira. Cada segmento se fecha em suas verdades e não admite "traições".
Não há como, somos todos intolerantes.
Segundo Pondé falar em espiritualidade salva a pátria do camarada.
Mas de que espiritualidade se fala?
Eu a vejo como toda atividade que nos leve à abstração das preocupações impostas pela "Sociedade de Consuidores" e do capitalismo de forma geral. Principalmente a absurda competitividade imperante.
Em nosso tempo, todas as verdades e toda ortodoxia caem por terra, estão sem espaço. A dinâmica social nos solicita a dinâmica das formas de pensar.
Filósofos como Sócrates e Platão em sua busca da verdade. Erraram todos os pensadores ao pautar sua vida na busca da verdade. Não existe verdade ou Verdade. Pois nosso pensar é temporário/transitório e passível de renovação.
Só não renova seu pensar quem não busca, não faz outras leituras. Quem se cristaliza. A fixidez não cabe nos "Tempos Líquidos" de Zygmunt Bauman. Não cabe em aspecto nenhum da nossa atual existência. Tudo é um link de fácil desconexão. Veja como
é fácil desatar indesejáveis no Facebook.
Nas elaborações feitas por mim, o pensamento abstrato é um caminho para a espiritualidade. Sem a menor conexão com religiões. Uma espiritualidade exposta nas diversas áreas do conhecimento: Geologia; Semiótica; Filosofia; Sociologia; Literatura...E muito mais intensamente nas manifestações artisticas diversas. Vide Wassily Kandinsky e seu "De lo espiritual en la arte", onde demonstra como a alma pode ser afetada pelas cores; as cores quentes e as frias. Na música e na dança ele nos mostra
caminhos.
Através disso conclui: a espiritualidade não é patrimônio de nenhuma religião. Ao contrário, está fora de todas elas.
O aqui dito não tenho como verdades. Apenas ideias, sem data de vencimento prevista, mas aptas a mudar assim que novas leituras e novos saberes me completem algo mais. Somos seres incompletos, em constante processo de complementação.
Me interessa o "Peripatético" pois levanta questões instigantes provocando a reflexão.
E não é outra a tarefa da filosofia. Tal qual aprendi com o Professor José Pablo Feinmann da Universidade de Buenos Aires, cujos cursos podem ser baixados do "Canal Encuentro" do Governo da Argentina.
Confira lá.
Paulo Cesar Fernandes
12 10 2013
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