Beto Guedes
Amor de Índio
1978
Amor de Índio é o segundo álbum de estúdio do cantor e compositor mineiro Beto Guedes.
*
Lançamento: 1978
Artista: Beto Guedes
*
*
*** Músicas
*
01 Amor de índio (03.48
02 Novena (03.55
03 Só primavera (02.23
04 Findo amor (02.05
05 Gabriel (02.34
06 Feira moderna (03.44
07 Luz e mistério (04.21
08 O medo de amar é o medo de ser livre (04.02
09 Era menino (02.34
10 Cantar (02.34
*
*** Letras
*
01 Amor de índio (03.48
Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado
Meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa
Do azul pintado
Pra durar
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado
Meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do seu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo
02 Novena (03.55
Se digo um ai
É por ninguém
É pela certeza
De saber que tudo tem
Tem sua vez de lá retornar
Ao lugar mais fundo
Fundo fundo mais que o mar
Se digo sol
Não tem talvez
Não espero mais a chuva
Só preparo meu começo
A explosão de toda luz
A chama chama chama chama
Se digo amor
Só é por alguém
É pelos malditos
Deserdados desse chão
03 Só primavera (02.23
Só devia ser primavera
Nas esquinas pelos quintais
Replantando em velhos canteiros
Novas flores que ninguém viu
Só porque um vento chamado paixão
Nos prometeu ainda ser furacão
Derrubar construir e decifrar
Segredos da terra
Sem descanço sem despertar
Como a ave que faz um ninho
Vem na mão de seu caçador
Só porque existem mais coisas no ar
Que o coração jamais sonharia ter
Sem parar de correr
Criar um homem tão diferente
Que ninguém reconhecerá
Só porque qualquer primavera
Pode ser promessa demais
Bem além do fogo que vai nos queimar
Irão brilhar as luas de Júpiter no céu
E o sol tropical
Poder dançar nos olhos da terra
No seu corpo sonhar
04 Findo amor (02.05
Chorando mais por querer
Eu sei que este amor
Singelo e feliz
E está chegando ao fim, eu sei
Eu vi seu jeito de princesa
E reclamei
Eu suporto tudo
O que vale a pena
Mas não me acostumo
Com a nobreza
Na espera da dor fiquei
Não posso esconder
Fiquei sem saber
Perdi seu coração
E quis levar
Lembranças mais perenes
Que o nosso amor
Pois perdi o medo
De amar sozinho
Apenas para livrá-la
Dos lacaios
05 Gabriel (02.34
É só de ninar
E de desejar que a luz do nosso amor
Matéria-prima dessa canção
Fique a brilhar
E é pra você
E pra todo mundo que quer trazer assim
A paz no coração
Meu pequeno amor
E de você me lembrar
Toda vez que a vida mandar olhar pro céu
Estrela da manhã
Meu pequeno grande amor
Que é você, Gabriel
Pra poder ser livre como a gente quis
Quero te ver feliz
06 Feira moderna (03.44
Tua cor é o que eles olham, velha chaga
Teu sorriso é o que eles temem, medo, medo
Feira moderna, o convite sensual
Oh! telefonista, a palavra já morreu
Meu coração é novo
Meu coração é novo
E eu nem li o jornal
Nessa caverna, o convite é sempre igual
Oh! telefonista, se a distância já morreu
Indepedência ou morte
Descansa em berço forte
A paz na terra, amém.
07 Luz e mistério (04.21
Oh! Meu grande bem
Pudesse eu ver a estrada
Pudesse eu ter
A rota certa que levasse até
Dentro de ti
Oh! meu grande bem
Só vejo pistas falsas
É sempre assim
Cada picada aberta me tem mais
Fechado em mim
És um luar
Ao mesmo tempo luz e mistério
Como encontrar
A chave desse teu riso sério
Doçura de luz
Amargo e sombra escura
Procuro em vão
Banhar-me em ti
E poder decifrar teu coração
És um luar
Ao mesmo tempo luz e mistério
Como encontrar
A chave desse teu riso sério
Oh grande mistério, meu bem, doce luz
Abrir as portas desse império teu
E ser feliz
08 O medo de amar é o medo de ser livre (04.02
O medo de amar é o medo de ser
Livre para o que der e vier
Livre para sempre estar onde o justo estiver
O medo de amar é o medo de ter
De a todo momento escolher
Com acerto e precisão a melhor direção
O sol levantou mais cedo e quis
Em nossa casa fechada entrar pra ficar
O medo de amar é não arriscar
Esperando que façam por nós
O que é nosso dever: recusar o poder
O sol levantou mais cedo e cegou
O medo nos olhos de quem foi ver
Tanta luz
09 Era menino (02.34
Te levou
A canção que eu cantarolava
Muito por querer
A canção que eu não conhecia
Te levou
Voou pelo céu azulou
A asa branca
Nem vi se foi pro mar
Na canção que eu cantarolava
Muito por querer
E não atinava em nada
Te perdi
O pôr-do-sol lá no capim
A estrada branca pra seguir
Era menino
Vida inteira na mão
Tendo a vida que eu queria
E relampejou
Coração, minha asa branca
Te perdi
Sumiu la no céu azulou
Fui pela estrada
Nem vi amor passar
Na vereda na lua branca
A te procurar e
Menino eu não sabia
Te perdi
Cantarolei na imensidão
A luz da lua no capim
Era menino
Vida inteira na mão
Tendo a vida que eu queria
E relampejou
Coração, minha asa branca
Te perdi
10 Cantar (02.34
Se numa noite eu viesse ao clarão do luar
Cantando e aos compassos de uma canção
Te acordar
Talvez com saudade cantasses também
Relembrando aventuras passadas
Ou um passado feliz com alguém
Cantar quase sempre nos faz recordar
Sem querer
Um beijo, um sorriso, ou uma outra ventura qualquer
Cantando aos acordes do meu violão
É que mando depressa ir-se embora saudade que mora no meu coração
*****