O desenho
A gente pensa pensar, mas não. Não pensa.
Até porque o universo a ser pensado é imenso, muito mais amplo inclusive de nossa capacidade de o antever e abarcar. Por mais interesse tenhamos.
São múltiplas as áreas onde minha ignorância ultrapassa o limite do possível, do aceitável. Já não me refiro às ciências físicas e biológicas. Mas ao estrito campo das artes, ao qual sempre me dediquei. Sempre tive interesse. Mesmo aí, a dança e a pintura são incógnitas para mim. As grandes incógnitas na equação da minha vida.
Neste mes de agosto iniciei uma aproximação ao desenho. Assim que finalizei a leitura de "Do espiritual na arte" de Wassily Kandinsky.
É outro mundo.
Coisas nunca pensadas por mim se fizeram presentes diante do meu espanto. Som, cor e formas adquirindo temperatura e penetração na alma. A arte como forma de tocar o espírito mais ou menos calorosamente. Se aproximando e se distanciando da alma.
Na música isso sempre me foi evidente. Mas Kandinsky trabalha com diversas formas de manifestação artística, estabelecendo entre elas uma conexão: um círculo e dois semi-círculos fazem o salto de uma bailarina; os ângulos formados por duas retas assumem tonalidades mais frias ou mais quentes.
Admito. Me é difícil compreender, assimilar neste primeiro momento de aproximação. Mas algo me diz ser um novo caminho a desbravar.
Afinal, um novo desafio.
E a vida sem desafios perde seu sabor/valor.
E o melhor a pensar: não há ninguém com quem competir senão com as minhas limitações.
Até porque, segundo Gandhi: "Vitorioso é o que vence a si mesmo".
Paulo Cesar Fernandes
30 08 2013
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