Palavras agonizam em mim
Não te sinto mais, perto de mim. Já não és a primeira, a
segunda já não és. Tuas palavras de mim se afastam para mergulhar no Lates, o
grego rio do esquecimento. Já não me dizes, e eu; eu já não me digo por ti.
Os esforços por ter a ti dentro de mim se perderam no tempo.
Desgaste. Tristeza. Desilusão. Somos distantes hoje.
Conheço-te e reconheço, mas não me tocas a profundo o peito,
como o fizestes no passado.
Não somos estranhos, mas não és mais.
Sem ti me valho de outras, com prazer, por vezes errando
mais que errei contigo. Mas delas obtendo mais prazer, a cada palavra, em cada
expressão uma exatidão maior.
Penso mais nelas, penso mais através delas: a espanhola; a
italiana; a francesa; e a alemã me dão mais prazer.
Não as domino como a ti dominei.
Mas as amo como amei cada vocábulo teu no passado.
Ainda te guardo em mim; e cada vez menos, por isso temo.
Temo pelo dia que entre nós, apenas reste a expressão:
_ So long,
baby. Bye. Bye.
Paulo Cesar
Fernandes
11 08 2013
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