sábado, 17 de agosto de 2013

20130817 Café Filosófico_O pensamento


 

O pensamento

 

Viviane Mosé   (V_

Oswaldo Giacóia Jr   (O_

 

Viviane_ O que é a filosofia, a aprendizagem, o conhecimento?

Oswaldo_ Mudança de valores que afetam o herdado do humano. Nossa autocompreensão como seres humanos passa por um processo de transformação radical.

Somos herdeiros do processo do Esclarecimento (Iluminismo).

 
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+   "SAPERE AUTE" dito por Kant (1724-1804
+    Ouse saber. Ousar saber.
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O_ Iluminismo representa a liberação do gênero humano pelo livre uso do próprio intelecto. Com o desenvolvimento, o progresso da Razão, da Ciência e da Técnica se pensava ter encontrado a solução de todos os problemas internos e externos.

      O momento atual testa os limites da razão.

V_ Transformação do processo da racionalidade.

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+   Filme de Júlio Bressane "Dias de Nietzsche em Turim" (2001
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O_ Em ECCE HOMO. O próprio destino, a sua autocompreensão, autoreflexão e autocrítica da própria civilização ocidental. O homem é ciente de si, de seus valores e da moral.

   Transvaloração = criação de novos valores (algo que o próprio Nietzsche compreendeu.

   Vejamos:

   "Conheço o meu destino"
   "A vida do filósofo verdadeiro consiste na experiência do pensamento."
   "Minha verdade é temível."

                                             Nietzsche

V_ Somos seres humanos com infinitos desafios. Mas o pensamento nos caracteriza e distingue.

   "Precisamos de uma Grande Política, isto é, uma nova experiência no domínio do pensamento." Nietzsche

   Como nós, através de nosso pensamento, nos relacionamos com o mundo exterior. Esse mundo desigual, cheio de problemas, etc. ?

Produção do programa:  "A filosofia é a grande gestora dos interesses supremos da humanidade." - Kant

 

O_ Compete à folosofia assumir a tarefa que sempre foi sua, desde os primórdios: a tarefa do pensamento. A filosofia é filha da Polis (cidade) e nasce em virtude de necessidades típicas essencialmente humanas:

   + lugar do homem no mundo;
   + sua inserção no cosmos;
   + sentido de sua existência;
   + convivência política;
   + relação com os outros e consigo mesmo.

 
   Resgatar a essência do pensamento em se desdobrar sobre si mesmo.

   Michel Foucault (1926-1984) chama isso de "insigth"

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+   Eu preferiria pensar em Hegel.
+   Na sua proposta de dialética do pensamento.
+   O enfrentamento de pensamentos contrapostos. PC
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O_ Ontologia do presente

   O que estamos fazendo de nós mesmos? Essa é a tarefa da filosofia. Pensar não para metabolizar o passado, mas para ver diferente do que se ve. Pensar diferente do que se pensa, ou do que se pensou.

   O esgotamento dos valores pode nos congelar naquilo que já se perdeu.
   Chegar a um deserto, esterilização de possibilidades de novas alternativas, novos projetos políticos.
   A existência desse risco Nietzsche chama de "barbárie civilizada". Um paradoxo.

          (Paradoxo = Civilizada como, se é barbárie?  PC

   Esteriliza um campo que, se fosse cultivado poderia gerar novas formas de vida.
   BARBÁRIE => pelo pensamento gerar maneiras de pensar e de ser desertificadoras.

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+   Talvez tal qual o niilismo?   PC
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   Erudição gera distanciamento entre o pensamento e a vida, e um desencantamento do mundo.
   Uma fragmentação da cultura em especialidades, impossibilitando uma unidade totalizadora.

   Que é Barbárie para Nietzsche?

   Um saber especializado levado ao extremo, o que acaba transformando em mercadoria todas as áreas do saber.

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+   Nessa barbárie de Nietzsche não estaria presente a aversão de   +   Martin Heidegger com relação à técnica?
+   O foco nas coisas, deixando de lado a essência do Ser?
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 O_ O presente nos coloca novas questões para as quais não temos respostas.

   O fato de Nietzsche ser um crítico feroz, acabou por ocultar o seu lado propositivo. Apenas se divulgaram dele as propostas na qual ele filosofa "a marteladas":

      . fim da religião;
      . fim da omoral;
      . morte de Deus.

Produção do Programa:

   Para Kant "é impossível qualquer conhecimento sobre Deus."
   Para Sartre "Deus é uma contradição."
   Para Nietzsche "é necessário decretar a morte de Deus para libertar o nosso pensamento."
  "Minha filosofia de fato anuncia a morte de Deus." - Nietzsche
   "Os homens não se desembaraçaram da sombra de Deus." - Nietzsche

O_ É como o Absoluto perdido.


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+   Lembras das obras de Erich Fromm.
+   Da nostalgia do homem com relação a um paraíso perdido.
+   Paraíso que possivelmente seja o útero materno.
+   Ou seu desligamento, seu apartamento da natureza.
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   Nos aferramos a Deus pois não nos acamos suficientemente seguros para ensaiar novas formas de pensamento sobre o tema.

Produção do Programa - PENSAR O NOVO
 

V. Quando uma parte da casa desaba nós colocamos estacas para a sustentar. Na atualidade muitas coisas estão desabando e nós colocando estacas em cada uma dessas coisas:

    . as subjetividades;
   . os valores morais; etc.

   Acabamos não buscando novos valores e nos aferrando nos velhos valores como solução.
   Devemos cuidar para não retroceder diante do novo. Por maior angústia esse novo nos apresente.

O_ Sem dúvida. O novo nos desaloja dos redutos confiáveis. Nos sentimos familiarizados com os caminhos conhecidos. E nos sentimos desconcertados e desafiados diante do novo.
   Novos processos, novas vivências sem prévias experiências, para alguns de nós é um caminho insuportável. O velho modo é mais fácil.

V_ A morte de Deus de Nietzsche não mudou a prática das pessoas com relação às Igrejas. Mas as Igrejas são túmulos.
   Deus é um signo apenas, não ais é o sagrado. Há um surto de religiões prometendo a prosperidade. O esvaziamento de Deus.

Produção do Programa - PENSAR DIFERENTE EXIGE CORAGEM

V_ Nietzsche nega a racionalidade ocidental.

   Egipcianismo = mumificar o assunto. Isola o conceito do resto do mundo.
   Necessidade de recuperar o caráter explosivo do pensamento.

   "eu não sou um homem,
    sou uma dinamite."

                       Nietzsche

O_ A tendência de transformar o objeto de reflexão (conceito) em museu, Nietzsche não ve como uma característica do filósofo, mas do professor de filosofia.
   O filósofo não é assim.
   Nietzsche diferencia os operários da filosofia (professores), dos verdadeiros filósofos.
   Entre os operários se encontram figuras respeitáveis como Descartes e Kant.
   Para Nietzsche o filósofo é aquele para o qual a relação entre a filosofia e a vida é indissociável. E nesse sentido a filosofia é uma coisa que brota do corpo.


Produção do Programa = DUALIDADE CORPO E ALMA

O_ Quando Nietzsche diz "minha filosofia brota das minhas entranhas; "eu escrevo com sangue"; "só tem sentido para mim as verdades sangrentas"; quer ele dizer que sua filosofia é a transfiguração conceitual das próprias vivências. E essas vivências são mente e corpo ao mesmo tempo.

   Existe uma unidade fisico-psicológica de mente/corpo e é isso que vive, queiramos nós ou não. E é isso que pensa. Isso que pensa não é eu, pois o pensamento pensa a si próprio.

   O pensamento existe para ser pensado. Está lá. E em determinado momento da história da humanidade aparece um sujeito que pensa esse pensamento.

   No fundo, no fundo, o sujeito é o próprio pensamento.

   Nietsche não é o sujeito   empirido   mas o que fez de sua vida a filosofia do pensamento. Que fez do seu corpo campo de experiências do pensamento, e se comprometeu com isso prá valer até o fim.

   Portanto o eu, o self psicológico não tem nada a ver com a consciência, que é outra coisa completamente diferente.

Produção do Programa = ALARGAR AS FRONTEIRAS DO PENSAMENTO

O_ Somos herdeiros de milênios de História da Civilização calcada em um método que separa sujeito e seu objeto.

   O pensamento se coloca no plano cognitivo da ciência e no plano ético do agir totalmente antropocêntrico, ou seja, o mundo, o ambiente é objeto de minha representação. E essa representação eu posso manipular, objetificar, controlar, prever, calcular, etc.

   Do ponto de vista ético somos totalmente caldatários de uma maneira de pensar e agir que faz do homem a coroa da criação.

   Os seres que possuem valor ético são somente os seres humanos. Somos medularmente esquizofrênicos, pois não percebemos que transformamos de alguma forma o objeto de nosso delírio precisamente o que nos sustenta, que nos suporta.

   Esse delírio de onipotência pode nos levar à catástrofe se não despertarmos a tempo.

   A filosofia pode nos ajudar a evitar que o sonho se transforme em pesadelo.

   Como é possível alargar as fronteiras do pensamento?

   Ensaiar formas de subjetividade que ultrapassem os modelos até então fornecidos a nós pela nossa tradição da História da Cultura. Não é nada novo isso.

   Freud já tinha descoberto isso.

   Nem o que chamamos de EU ou de EGO é coincidente com o que chamamos de consciência.

   O que resta na avançada ciência do conceito da subjetividade?

   A meu ver muito pouco. E seria outro campo de experimentação do pensamento. Justamente a reflexão sobre as novas formas de subjetivação.

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Assistido o video em 16 08 2013
Digitado em 17 08 2013

Paulo Cesar Fernandes
 
17 08 2013

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