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simplicidade
Saí e fui à feira.
Sacola não levei.
Buscava simplicidade.
Quilômetros andei
Mas muitos quilômetros sim.
Mil barracas perguntei.
E a cada passada.
Algo saía de mim.
Algo chegava afinal.
Nessa tão longa caminhada.
Nu, desnudo, pelado.
Assim retornei.
Nessa jornada, o retorno.
Leve como pluma ao vento.
Um sopro de vida, um alento.
Sandálias de Pescador.
Sandálias de Prelazia.
Dom Pedro Casaldáliga.
Espiritualidade sem Deus.
Irmandade feroz e ativa
Arco íris de peles.
De povos, de gentes.
Línguas tão iguais.
Línguas tão próximas.
Línguas capazes do beijo.
Isso é a Irmandade.
Das religiões e das crenças.
Das descrenças inda mais.
Caminhos polifônicos.
Polimórficos, poli tudo afinal.
Pois tudo pode.
No âmago do coração.
Só não cabe o ódio, o desamor.
Chuva fresca fecunda a terra.
Ideias novas fazem ternocoração.
Arte é linha longa.
De costurar povos.
De unir culturas.
De atar corações.
Em todos os tempos.
E todas as direções.
Por que não?
Paulo Cesar Fernandes
14 08 2013
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