quinta-feira, 15 de agosto de 2013

20130814 Comprar simplicidade


Comprar simplicidade

Saí e fui à feira.

Sacola não levei.

Buscava simplicidade.

Quilômetros andei

Mas muitos quilômetros sim.

Mil barracas perguntei.

E a cada passada.

Algo saía de mim.

Algo chegava afinal.

Nessa tão longa caminhada.

 

Nu, desnudo, pelado.

Assim retornei.

Nessa jornada, o retorno.

Leve como pluma ao vento.

 

Um sopro de vida, um alento.

Sandálias de Pescador.

Sandálias de Prelazia.

Dom Pedro Casaldáliga.

Espiritualidade sem Deus.

Irmandade feroz e ativa

Arco íris de peles.

De povos, de gentes.

Línguas tão iguais.

Línguas tão próximas.

Línguas capazes do beijo.

Isso é a Irmandade.

Das religiões e das crenças.

Das descrenças inda mais.

 

Caminhos polifônicos.

Polimórficos, poli tudo afinal.

Pois tudo pode.

No âmago do coração.

Só não cabe o ódio, o desamor.

 

Chuva fresca fecunda a terra.

Ideias novas fazem ternocoração.

 

Arte é linha longa.

De costurar povos.

De unir culturas.

De atar corações.

Em todos os tempos.

E todas as direções.

Por que não?

 

 

Paulo Cesar Fernandes

14 08 2013

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