segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Transcender

Da necessidade de transcendência.


_ O ser humano transcende?
_ Sim.



_ E por que razão?
_ Por ter certeza de sua finitude. É o único animal cuja finitude lhe agasta a existência desde tempos
imemoriais. Sabe da morte e a teme. Digam o que digam. Seja qual seja sua forma de pensar, o homem teme a morte.


Nem sempre a morte em si, mas ao sofrimento que a antecede. Vemos o sofrimento dos nossos semelhantes, amigos e parentes. Vemos a sua morte e sofremos. Sofremos sua ausência. A dor cortante da ausência dos nossos. Dos nossos avós. Dos nossos tios e nossos pais.


E vemos a coisa se aproximar de nós.


Uma amiga se vai. Um amigo. Tão novo aos nossos olhos.


Essa angústia arroja o homem na busca da transcendência.


E a melhor forma de transcender, na minha opinião, é a busca da espiritualidade, de tudo aquilo contraposto à materialidade: a arte; o pensamento abstrato da matemática e das ciências; a filosofia; e até
mesmo alguma concepção religiosa, seja ela qual seja, é capaz de fazer o homem transcender.


E nesse processo de transcendência o homem ganha outra forma de ver a vida, e de se postar diante das dificuldades.


É o momento de força, de coragem, de instituição de outros parâmetros existenciais.


Parece um nada dizendo assim. Mas é muito. Pois revalora a existência. Dá-lhe um outro sentido.


Todos os pensadores foram homens transcendentes. Sua obra, sua criação, é a marca dessa transcendência e da necessidade de transcendência presente ao longo de sua vida.


Não nos prendamos à materialidade. Afinal a vida é sempre curta.


E acima de tudo, o homem necessita voar!



Paulo Cesar Fernandes


04  02  2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário