Da necessidade de transcendência.
_ O ser humano transcende?
_ Sim.
_ E por que razão?
_ Por ter certeza de sua finitude. É o único animal cuja finitude lhe agasta a existência desde tempos imemoriais. Sabe da morte e a teme. Digam o que digam. Seja qual seja sua forma de pensar, o homem teme a morte.
Nem sempre a morte em si, mas ao sofrimento que a antecede. Vemos o sofrimento dos nossos semelhantes, amigos e parentes. Vemos a sua morte e sofremos. Sofremos sua ausência. A dor cortante da ausência dos nossos. Dos nossos avós. Dos nossos tios e nossos pais.
E vemos a coisa se aproximar de nós.
Uma amiga se vai. Um amigo. Tão novo aos nossos olhos.
Essa angústia arroja o homem na busca da transcendência.
E a melhor forma de transcender, na minha opinião, é a busca da espiritualidade, de tudo aquilo contraposto à materialidade: a arte; o pensamento abstrato da matemática e das ciências; a filosofia; e até
mesmo alguma concepção religiosa, seja ela qual seja, é capaz de fazer o homem transcender.
E nesse processo de transcendência o homem ganha outra forma de ver a vida, e de se postar diante das dificuldades.
É o momento de força, de coragem, de instituição de outros parâmetros existenciais.
Parece um nada dizendo assim. Mas é muito. Pois revalora a existência. Dá-lhe um outro sentido.
Todos os pensadores foram homens transcendentes. Sua obra, sua criação, é a marca dessa transcendência e da necessidade de transcendência presente ao longo de sua vida.
Não nos prendamos à materialidade. Afinal a vida é sempre curta.
E acima de tudo, o homem necessita voar!
Paulo Cesar Fernandes
04 02 2013
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