terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O menino resiste

O menino resiste


Quem sabe eu não seja ainda um menino, um menino que se diverte, com o cintilar das gotas de chuva, nos fios do
poste da Rua Araguaia, onde moro.


Um menino sem medo de se-lo, pois é condição de felicidade, se deixar levar pelos momentos ofertados pelo coração.


Menino que gosta da chuva, não mais para fazer corridas de barquinhos com seus coleguinhas; mas gosta da chuva
por tudo que ela representa de limpeza.


Limpa a atmosfera da cidade.


Limpa a mente de possíveis pensamentos insensatos. Esses não presentes nos tempos de infância, e afastados no ano último.


Se meu barquinho não mais pode correr para o bueiro, podem minhas palavras correr por entre os dedos, e tecer alguma coisa de melhor para este tão complexo mundo. Algo leve, suave, tênue como as cortinas das casas de nossas avós. Pareciam gazes esvoaçantes, aos primeiros ventos anunciantes das tempestades. O sinal de alerta para a meninada se unir à esperara da chuva de verão.


Cada qual com seu pedaço de madeira, e todos gerenciando o
céu que, muitas vezes, caprichosamente guardava para si a chuva. Ahhhh.... Xá prá lá...


E nascia a roda de pião, o jogo de taco, bang-bang e tudo capaz de ser criado pela infantil imaginação.


É esse mesmo menino aqui se apresentando agora, mas já em seu santuário de meditações, leituras e escritas.


Pois o menino que guardo em mim, é a parte mais atenta à natureza e às belezas das coisas mais simples, não quero nunca esse menino crescendo. Pois seguindo menino ele faz a vida mais leve e mais limpa em todos os seus aspectos.


Com sua bênçao, minha mãe.


Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário