sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Carta a Sampa

CartaSampa

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Carta a Maria Luiza
                         Álvares de Azevedo


"No dia dos teus anos que queres eu te diga?
 Que os anos da virgem são como a manhã das flores?
 Não. Dirte-ei somente uma coisa..."



E o poeta vai adiante.

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Mas a ti Sampa
Toda manhã desvirginada pelo afã do trabalho
Que te posso eu dizer?




Que na noite de tua boemia tudo se recompoe?
Renascendo a vida na mesa dum bar?


No Centrão da cidade, ou num recanto afastado
Pedaços de chão só para alguns
Circuito fechado a neófitos do samba.
Da tua criação, criatividade e arte?




No sujinho trás da USP
Corifeu de Azevedo Marques?




E Vila São Francisco prá morar.
Desce um pouco tá no recanto
Barzinho aconchego
Quatro ou cinco negos
Cavaco, violão, voz e palavra




Tudo tem inicio marcado
Ninguém sabe se acaba
De madrugadas são feitos
Os sambas nessa parada.




Paulo Cesar Fernandes

25  01  2013


Nota:

Os cariocas dizem que Sampa é o túmulo do samba. Isso só mostra a sua ignorância no que diz respeito ao Brasil. Pensam que o mundo é Ipanema e Leblon. Narcisos a olhar o próprio umbigo. Morrerão na mediocridade do seu pensar.

Deixa estar que o samba de Sampa ano a ano vai botando dentro do carioca a noção do seu verdadeiro lugar.

E mais. A capital é Brasília, e a financeira fica entre a Boa Vista, Quintino Bocaiúva, Largo São Bento, bem no centro de São Paulo.

Não fosse a Time-Life Globo o Rio de Janeiro era um riachinho sem valor nenhum.

Não tem prá ninguém. São Paulo é mais!

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