Tortura escolar
Vamos refletir um pouco sobre o filosofo Jeremy Bentham e o que dele se pode pensar para a aprendizagem atual.
Biografia resumida buscada no Wikipedia: Jeremy Bentham (Londres 15/02/1748 a 06/06/1832 filósofo e jurista inglês, junto com John Stuart Mill e James Mill, difundiu o utilitarismo teoria acerca das questões do que fazer, admirar e como viver, para maximização da utilidade e da felicidade.
Em 1789, concebeu o Pan-óptico, que foi pensado como um projeto de prisão modelo para a reforma dos encarcerados. Mas, por vontade expressa do autor, foi também um plano exemplo para todas as instituições educacionais, de assistência e de trabalho.
_ Nossa função é manter os diabinhos dentro das salas, para eles não irem para a rua se drogar. - disse o professor na Sala dos Professores de uma escola do Estado de São Paulo onde lecionei entre 2001 e 2002.
Temos as escolas como verdadeiras prisões, nos moldes mesmo do Panóptico de Bentham, e junto a isso temos professores odiando os alunos; e mais, os pais se descartando da responsabilidade de educar seus filhos, como se a tarefa da educação fosse da escola.
O quadro é negro, sem qualquer trocadilho.
O Ensino Público é uma piada: condições materiais das escolas deploráveis; salas de aulas com grande número de alunos; o esquema olho na nuca do companheiro da frente; professores odeiam e temem os alunos; uma grade curriculam rígida em completo desacordo com cada uma das individualidades; os alunos não tem o menor interesse nas matérias, (e com razão) pois não percebem uma ligação de tudo aquilo com a vida prática; por outro lado, o mundo fora da escola pululando de coisas muito mais interessantes para os jovens e adolescentes.
A grande questão: Precisamos formar as novas gerações.
Concordo plenamente com essa necessidade. Discordo totalmente é da ótica dada pelos diversos "experts" ou "palpiteiros" cuja preocupação maior é inserir o jovem no mercado de trabalho. Putz! Não é nada disso. Precisamos formar seres humanos cultos, multifacetados em seus saberes. A tal ponto formados que a
escolha do caminho a seguir poderá ou não ser a do trabalho como profissional liberal; poderá ser ou não de um trabalho como tecnólogo em alguma empresa. Hoje novas perspectivas profissionais nascem a cada dia.
Que tal Analista Ambiental? Formado num Curso de Gerenciamento Costeiro.
Por que não Designer de Objetos para Plantas Industriais?
Primeiro Passo: Acabar de vez com as Escolas Prisões.
Segundo Passo: Passar a respeitar a individualidade de cada aluno. Permitindo e incentivando o auto-estudo. Com um Professor Orientador, bem formado e bem remunerado, gerindo o avanço do aluno, e este vai "matando" as disciplinas, e avançando na construção do seu Curriculum Escolar. Somem as salas de aulas e
nascem as saletas de aconselhamento de alunos. Evidentemente toda a arquitetura das escolas será alterada. Pátios com mesas de diversos tamanhos para estudo individual ou em grupo. Espaços de convivência e troca de experiências. Enfim, outra coisa.
Terceiro Passo: Transferir ao aluno a responsabilidade de sua trajetória escolar. Este terceiro passo está muito ligado ao segundo. Isto tira da escola o papel autoritário de uma "entidade impositora", dando a esta o caráter de "entidade disponibilizadora do saber". Reverte a ótica completamente.
Quarto Passo: Reordenar o papel dos Municípios; dos Estados e do Governo Federal como entidades aferidoras por excelência. Disponibiliza os Professores Orientadores e verifica os conheciumentos dos alunos por disciplina. E basta.
Quinto Passo: Permitir o ensino no seio da família. Que impede de um professor universitário, um engenheiro bem formado ensinar seus filhos no Lar e submete-los aos exames de verificação de conhecimentos por disciplina promovido pelas entidades governamentais?
Num tempo como o nosso, quando todo o conhecimento está num aparelhinho celular, ao qual o menino e a menina carregam para baixo e para cima, consultando-o todo o tempo; não podemos pretender atrair a atenção dos alunos com uma voz monotonica e desmotivada de uma sala de aulas.
O Tempo da Velocidade não permite métodos medievais.
Das pernas humanas passamos ao cavalo; carruagem; carro; trem; avião; jatos; foguetes; a velocidade do tempo trouxe as tecnologias hoje presentes.
Jeremy Bentham veio à minha tela num clique. Esse é nosso tempo.
Deixar crianças e jovens olhando na nuca de seu colega é sadismo; tortura medieval incompatível com o tempo e com a inteligência da atualidade.
Paulo Cesar Fernandes
08 04 2014
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