domingo, 15 de setembro de 2013

20130914 Jorge Eduardo Rivera_Acerca de Heidegger

Jorge Eduardo Rivera_Acerca de Heidegger


Nota: Rivera é um filósofo cristão chileno, grande conhecedor da obra de Heidegger e tradutor para o espanhol de "Ser e Tempo".

Segundo ele, ficou feliz quando lhe pediram essa tarefa, pois a tradução anterior era muito confusa. Nessa entrevista não trata da questão da relação do filósofo com o Nazismo. Seu foco é a obra "Ser e Tempo" e o seu pensamento.

Em sua vida o filósofo sempre esteve vinculado às suas orígens da Floresta Negra, mantendo ali uma cabana onde se refugiava para
escrever. Quem o visse diria se tratar de um camponês, pois sua vida era a de um camponês. Grupo social de sua admiração.


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O Nada é um momento ontológico do Ser, um encontro deste consigo mesmo. Há momentos místicos que tudo clareiam.

O que nos faz humanos? - perguntava Heidegger.

O Ser. Em seu pensamento ele libera o Ser de suas prisões.

Mas que é o Ser?

Só se chega ao Ser ao mirar-se o próprio Ser. O voltar-se para si mesmo.


Não nos damos conta do que somos. É necessário que façamos nascer o gozo de nós mesmos. O prazer de si mesmo.


Ao surgimento da angústia caem os entes (as coisas), momento em que é possível a abertura ao Ser. A busca do Ser em si mesmo.


O Ser está numa linguagem não corrente. A linguagem corrente apenas se preocupa com os entes, só é feita para os entes. Devem ser usadas outras palavras para o Ser.


Após "Ser e Tempo", em seus trabalhos posteriores Heidegger se aproxima da poesia. Acredita ele, a arte em todas as suas
manifestações, abre maiores possibilidades de acesso ao Ser.


Afirma que o homem apenas se voltará para Deus através da sensibilidade.


Segundo Nietzsche temos o "deserto do mundo. Nada pelo qual se possa dar a vida."


A Modernidade (Descartes, Kant, Hegel...) fez o Ser como imanente (que está no mundo junto com os entes, as coisas), mas para Heidegger o Ser é sempre transcendente (transcende a materialidade).


Sua grande crítica à modernidade é que ela induz o homem à técnica, e ao aproximar-se este da técnica se afasta de sua essência.


O Ser é arrojado, é jogado no mundo, entrechocando com os entes (coisas) e com os outros seres. Por todo o tempo o Ser está fazendo
as coisas e fazendo a si mesmo. Cuidando de si e dos entes.

O Tempo

Até Heidegger, o Tempo era uma somatória de instantes subsequentes. Tinha uma linearidade. Para o filósofo existe o Tempo Radical, um tempo que está no Ser mesmo, e o Ser é sempre do presente para o futuro.


O Tempo se faz intante, se abre como uma flor. Somos tomados pelo Tempo, é ele que nos constitue. Somos o Tempo.


Diante da certeza de sua finitude o homem se agarra À Vida


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Em 17 de julho de 1961 Rivera conseguiu uma entrevista com Heidegger na qual teve oportunidade de questionar:


Rivera: Que sentido tem a filosofia para o Cristão?

Martin Heidegger: A Filosofia nos faz escutar as palavras, e as palavras de Deus.

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Paulo Cesar Fernandes

15 09 2013

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