Jorge Eduardo Rivera_Acerca de Heidegger
Nota: Rivera é um filósofo cristão chileno, grande conhecedor da obra de Heidegger e tradutor para o espanhol de "Ser e Tempo".
Segundo ele, ficou feliz quando lhe pediram essa tarefa, pois a tradução anterior era muito confusa. Nessa entrevista não trata da questão da relação do filósofo com o Nazismo. Seu foco é a obra "Ser e Tempo" e o seu pensamento.
Em sua vida o filósofo sempre esteve vinculado às suas orígens da Floresta Negra, mantendo ali uma cabana onde se refugiava para
escrever. Quem o visse diria se tratar de um camponês, pois sua vida era a de um camponês. Grupo social de sua admiração.
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O Nada é um momento ontológico do Ser, um encontro deste consigo mesmo. Há momentos místicos que tudo clareiam.
O que nos faz humanos? - perguntava Heidegger.
O Ser. Em seu pensamento ele libera o Ser de suas prisões.
Mas que é o Ser?
Só se chega ao Ser ao mirar-se o próprio Ser. O voltar-se para si mesmo.
Não nos damos conta do que somos. É necessário que façamos nascer o gozo de nós mesmos. O prazer de si mesmo.
Ao surgimento da angústia caem os entes (as coisas), momento em que é possível a abertura ao Ser. A busca do Ser em si mesmo.
O Ser está numa linguagem não corrente. A linguagem corrente apenas se preocupa com os entes, só é feita para os entes. Devem ser usadas outras palavras para o Ser.
Após "Ser e Tempo", em seus trabalhos posteriores Heidegger se aproxima da poesia. Acredita ele, a arte em todas as suas
manifestações, abre maiores possibilidades de acesso ao Ser.
Afirma que o homem apenas se voltará para Deus através da sensibilidade.
Segundo Nietzsche temos o "deserto do mundo. Nada pelo qual se possa dar a vida."
A Modernidade (Descartes, Kant, Hegel...) fez o Ser como imanente (que está no mundo junto com os entes, as coisas), mas para Heidegger o Ser é sempre transcendente (transcende a materialidade).
Sua grande crítica à modernidade é que ela induz o homem à técnica, e ao aproximar-se este da técnica se afasta de sua essência.
O Ser é arrojado, é jogado no mundo, entrechocando com os entes (coisas) e com os outros seres. Por todo o tempo o Ser está fazendo
as coisas e fazendo a si mesmo. Cuidando de si e dos entes.
O Tempo
Até Heidegger, o Tempo era uma somatória de instantes subsequentes. Tinha uma linearidade. Para o filósofo existe o Tempo Radical, um tempo que está no Ser mesmo, e o Ser é sempre do presente para o futuro.
O Tempo se faz intante, se abre como uma flor. Somos tomados pelo Tempo, é ele que nos constitue. Somos o Tempo.
Diante da certeza de sua finitude o homem se agarra À Vida
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Em 17 de julho de 1961 Rivera conseguiu uma entrevista com Heidegger na qual teve oportunidade de questionar:
Rivera: Que sentido tem a filosofia para o Cristão?
Martin Heidegger: A Filosofia nos faz escutar as palavras, e as palavras de Deus.
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Paulo Cesar Fernandes
15 09 2013
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