Seremos nós construtores do mundo?
Momentos há, em que tenho a impressão nítida de estar em plena concordância com a natureza; colaborando com ela, e construindo algo em favor e junto com meus semelhantes. Um sentimento de completude me toma por inteiro. Bem estar. Paz e harmonia interior.
Em contrapartida, há momentos tormentosos, quando o Ego, juiz inclemente, me traz a perspectiva de dever estar a fazer muito mais, dadas as necessidades do mundo onde nos encontramos. É como se olhasse o espelho, e visse minha imagem distorcida, por tudo aquilo não feito por mim em favor da Vida e da Justiça.
Dotados de inteligência, sensibilidade e responsabilidade social, todos nós nos defrontamos com a tarefa de agir de alguma forma positivamente para a construção de um mundo de Justiça e Paz na face da terra.
E quando falo em Justiça e Paz eu significo debelar a fome, ou lutar por sua solução; minguar as guerras e conflitos do planeta; agir para que todo ser humano tenha condição de sua autorealização material e espiritual.
Onde eu vou sozinho?
A lugar nenhum vou só, mas ao afirmar minhas posições com firmeza e com clareza, sou capaz de fazer uma outra pessoa refletir sobre si, reestruturar sua contribuição para a vida na face da Terra.
Não precisamos cargos ou posições sociais para ajudar. Apenas algumas gotas de boa vontade. Um coração mobilizado pela dor dos semelhantes, e a fuga da inércia do nada a ver com isso.
Todos temos a ver com tudo ocorrendo ao nosso lado. Nada e ninguém é uma ilha solta na sociedade atual. Todos temos a ver com todos e com tudo.
Somos interligados por teias desconhecidas por nós. Teias de afetividade, teias de energias, teias de ódio, teias de incompreensão.
Mais ainda hoje, quando meios de comunicação me/nos possibilitam ter conhecidos ou amigos nas mais distantes localidades do nosso mundo. Estar afiliado a um movimento da Itália. A um grupo de filosofia da Argentina. Recebendo notícias de artistas de todas as localidades do mundo com um simples apertar de um botão do microcomputador.
Sim. Hoje somos todos capazes de construir um outro mundo. E um outro mundo não apenas é possível, mas necessário. E não virá senão de nossas mãos, se estas obedecerem os sentimentos mais profundos habitantes do nosso coração.
Karl Marx, pensando nos filósofos disse: "Não basta pensar o mundo, é necessário modificá-lo."
Quem sente age, e muda o mundo. Aos demais cabe a crítica, atirar pedras, ou simplesmente lavar as mãos, tal qual fez Pilatos na passagem bíblica.
Paulo Cesar Fernandes
09 09 2013
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