sábado, 27 de julho de 2013

20130727 Beira Rio - Coxipó da Ponte

Beira Rio - Coxipó da Ponte


Enquanto o rio corre.
Penso eu na vida.
Nos sons das revoltas águas.
Sinto revolver.
Sonhos de revolução.
Interior e social.



As árvores me dão guarida.
A mata é meu lugar.
Por entre seus galhos me esguio.
Ninguém me pode pegar.



Sou destas terras o dono.
Ninguém me a vai tomar.
Não ha lei mais forte.
Que as leis do meu lugar.




Sou nativo, sou ancestral.
Tenho uma raça,
Sou homem e sou animal.
Meus pés tem larga a ferida.
Das fugas, da luta.
E da flecha cortando o ar.




Nunca ataco. Me defendo.
Do mal que vem de lá.
Daquelas terras distantes.
Chegando pelas margens do mar.



Quero meu povo inteiro.
Sem sangue, sem morte, sem dor.
De janeiro a janeiro.
Quero alegria e amor.



Somos os donos da terra.
Dos morros, dos rios e do mar.
Ponha pra lá o seu barco.
Esta terra é meu lugar.



Sem cruz, cruzeiro ou crença.
Deixa meu povo ficar.
Dos costumes e deste rio.
Nosso povo viverá.



Adeus estrangeiro adeus.
Leva teu barco pra lá.



Paulo Cesar Fernandes

27 07 2013

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