Beira Rio - Coxipó da Ponte
Enquanto o rio corre.
Penso eu na vida.
Nos sons das revoltas águas.
Sinto revolver.
Sonhos de revolução.
Interior e social.
As árvores me dão guarida.
A mata é meu lugar.
Por entre seus galhos me esguio.
Ninguém me pode pegar.
Sou destas terras o dono.
Ninguém me a vai tomar.
Não ha lei mais forte.
Que as leis do meu lugar.
Sou nativo, sou ancestral.
Tenho uma raça,
Sou homem e sou animal.
Meus pés tem larga a ferida.
Das fugas, da luta.
E da flecha cortando o ar.
Nunca ataco. Me defendo.
Do mal que vem de lá.
Daquelas terras distantes.
Chegando pelas margens do mar.
Quero meu povo inteiro.
Sem sangue, sem morte, sem dor.
De janeiro a janeiro.
Quero alegria e amor.
Somos os donos da terra.
Dos morros, dos rios e do mar.
Ponha pra lá o seu barco.
Esta terra é meu lugar.
Sem cruz, cruzeiro ou crença.
Deixa meu povo ficar.
Dos costumes e deste rio.
Nosso povo viverá.
Adeus estrangeiro adeus.
Leva teu barco pra lá.
Paulo Cesar Fernandes
27 07 2013
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