quinta-feira, 18 de julho de 2013

20130718 Raça

Raça


Guanuqueando   (Ricardo Vilca


Verteros de labios quebrados
Zampoñas y quenas sonando
Antiguo respiro en la boca
Besos, besos de mi raza


Perdido en la noche de silencio
La tarde que se hace distancia
Misterios que el tiempo descifra
Ése, ése es su respiro.


Siento quenas que en el viento huyen
Trayendo amores y silencios de las peñas
Que encierran el sol en su corazón.


Entre airampos de luna
Samponias que en el viento huyen
En viaje buscando el cielo un cóndor va
Como mi ser resucitará buscando la luz.


Siento quenas que en el viento huyen
Trayendo amores y silencios de las peñas
Que encierran el sol en su corazón.

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RAÇA


Quando eu falo em minha raça, eu digo mais que um grupo de pessoas.


Eu me refiro a heranças.


Heranças genéticas.


Heranças culturais.


Heranças cuja perenidade está assegurada.


Não há tempo capaz de destrui-las. Não há colonizador.


Guardamos elementos em nós, e a própria morte é incapaz de dissipá-los.


Somos sempre o que somos.


Nossas terras podem ser invadidas.


Nossos filhos aculturados.


Mas sempre restará uma semente. E as sementes guardam em si as árvores de folhas ao vento.


Árvores brotarão. Lhes bastam condições favoráveis, brotarão as antigas tradições.


Em um bumbo, em uma pena, nas zamphoñas e quenas.


Não. Não nos mataram e não nos matarão.


Somos sementes sempre a brotar.


E a renascer exatamente onde o branco espalhou cal, para destruir nossa memória. Nossa cultura.


No seio de sua família. Entre seus filhos e netos estaremos nós.


Achando belo o nosso passado, a nossa cultura, o nosso modo de sentir a vida.


Somos índios. Somos Originários. Somos Povo.


Mas acima de tudo somos Raça!


E nada tira a Raça de nossa alma.


É mais profundo que tua pouca compreensão.


Somos além do tempo.


Somos além da vida.



Povos Originários   (via Portal Fernandes - Paulo Cesar Fernandes

18  07  2013

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