Pensei em continuar mas não, aí está o que da música é nascido. Linhas poéticas nascidas de linhas melódicas.
Sensibilidades entrecruzadas e marcadas por lembranças, e coisas de tempos idos, de pessoas sensíveis ao redor, de corações batendo em ardente contato.
Tempo bonito, juventude e sonhos, inocência quase infantil mesmo.
A maldade não era. Não era vista, não era percebida.
Na década de sessenta a maldade não era prá ninguém, os sonhos sobrepunham a tudo.
Pairava no ar um odor de possibilidades. No Brasil a Ditadura.
No mundo:
Paris 68.
A explosão do cinema Tcheco.
Glauber.
Tropicália. Os Fes... ti... vais... Música e ideologia em confronto.
Um cabeludo na Revista Placar: Juca Kfouri.
Descobertas sobrepunham descobertas.
A noite se estendia, cada qual contando a sua, sentados na Estátua da Praça da Independência. Nada a comemorar, partilha apenas.
A Veja era Mino Carta no comando. Tudo certo.
A mesadinha era dela. Ela me mostrava o mundo.
Tanques russos invadindo a Tchecoslováquia e passando por cima de tudo que via pela frente. Coisas e gentes... Um jovem ata fogo em si... Sinal de protesto!
Em meio a tudo isto...
... a gente cantava Flavio Venturini no meio da rua.
Da Rua Pasteur, no Gonzaga, naturalmente.
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A noite guarda consigo as mais belas criaturas nos cantos e recantos onde os poemas se abrem em flor.
Ao som da viola e ao sabor de algo palatável.
Boemios da cidade se acham, se conhecem e reconhecem ao longe, nas noites de Santos
Na Prainha de Cuiabá e nos recantos do Hilton da capital paulista
Vão....
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