quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Chico Buarque - Até Pensei

Junto à minha rua havia um bosque
Que um muro alto proibia
Lá todo balão caia, toda maçã nascia
E o dono do bosque nem via



Do lado de lá tanta aventura
E eu a espreitar na noite escura
A dedilhar essa modinha
A felicidade morava tão vizinha

Que, de tolo, até pensei que fosse minha


Junto a mim morava a minha amada
Com olhos claros como o dia
Lá o meu olhar vivia
De sonho e fantasia
E a dona dos olhos nem via


Do lado de lá tanta ventura
E eu a esperar pela ternura
Que a enganar nunca me vinha
Eu andava pobre, tão pobre de carinho
Que, de tolo, até pensei que fosses minha
(Int.)
Toda a dor da vida me ensinou essa modinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha...


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Todo artista tem momentos de uma sensibilidade cortante.
Este momento de Chico Buarque é dos mais lindos que conheço.
Hoje bebi os 3 primeiros trabalhos desse nosso grande poeta, escritor, etc. comparável a Francesco Guccini da Italia; a Udo Lindenberg e Kurt Weil e Bertod Brecht.
Inclusive a "Ópera do Malandro" é a terceira versão da mesma obra.
A "Ópera dos 3 vinténs" de Brecht é a segunda.
No final do Sec XIX já havia uma peça exatamente igual, no qual Brecht se inspirou.


Paulo Cesar Fernandes
05/09/2012

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