A lua e a rede
Eu deitado na rede, e a Laika, novinha de todo, sob a mesma rede dormia de sonhar.
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Luar do sertão com Jair Rodrigues.
https://www.youtube.com/watch?v=EeLT-LwpIMo
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A lua, silenciosa e sorrateira, deslizava suave na quente noite cuiabana.
Meus olhos paravam no tempo, para apreciar tão formoso espetáculo.
Vez por outra uma nuvem, alvo floco de neve, passava frente a lua como a disputar qual primeiro chegava ao recanto dos meus sonhos.
Pobres. Como poderiam elas lá chegar? Se mesmo eu, nunca me dei conta das coordenadas desse lugar.
O tempo corria lento, como soe acontecer em lugares onde a paz ainda se pode fazer presente.
O respirar da cadela e o silêncio da noite me permitiam sim uma certa magia, prazer mais puro de ver o tempo passar.
Quantas coisas ocorrem no presente e só no futuro remoto lhes damos o devido valor.
Cuiabá se foi; a Laika se foi; o luar se foi.
Resta apenas a fotografia mental do sentimento de paz produzido por uma rede, por uma cadela, por um luar e por um lugar, que teimei eu em faze-lo o meu sertão.
Meu cuiabano momento, nesta tarde tão distante no tempo.
Paulo Cesar Fernandes.
21/10/2015.
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