sábado, 31 de maio de 2014

20140601 Pañuelos del Rock

Pañuelos del Rock


Talvez porque o passado
Talvez porque o presente
Taltez porque tudo
E mais alguma coisa
Não passe de um grande Rock and Roll



Um Rock engajado sim
Um Rock argentino
Um Rock irado
Sem palavrões
Mas desnudando o caos
O ilusório e o errado
Um Rock com todas as letras



Cheirando a maconha e ao sonho
Um Rock contracultura



Rock que é Rock não se deixa pegar
Nem se deixa foder.
É esguio e sábio



Fala na lata, com palavras em código
Ou fala em código, coisas inezatas
Coisas nefastas ao "stablishment"
Não é de esquerda e nem de direita
É Rock and Roll! Sacou???



Pois o Rock é em si subversão de toda ordem possível
Sai dos trilhos e apaga o script
Manda ao pasto o diretor de produção
Toma o palco de asslto e discursa feroz
Mata o público de prazer
Urra no palco as coisas apresadas
No peito de todos nós



O Rock que é Rock é feroz
Arranha e fere a alma da burguesia
Dos valores estabelecidos
Das palavras arrumadas e educadinhas
O minueto empobrecido/apodrecido dos quartéis
A ESMA



Rasga o cenário do palco e queima a guitarra
Pula e salta sobre o público sem medo
Não há mais distinção nesta altura do show
Público é palco e tudo é Rock no espaço



Ganhar as mentes os corações e tudo o mais.
Corre nas veias como um gás
Um combustível inesgotável.
É um pouco de tudo, é um algo mais.



Diz NÃO ao sistema
Mas em altos brados
Não se verga, não fica de quatro



O Rock de verdade é forte
Não há Rock comportado
Se comportado não é Rock
Comportado é só CAPITAL



E o rebelde do Rock renega o Capital
Não o sucesso que este é o povo
Mas fazer roquinho comercial
É para imbecil tal tarefa



O Rock não prega
O Rock diz, e diz alto e bom som
De toda sua rebeldia histórica.



Se não for rebelde, contraventor
Se não denunciar o desamor
Se não criar problema com o sistema
É merda pura
Mas nunca um Rock and Roll da mais pura raiz.



"Quem não dormiu no Sleeping bag nem sequer sonhou"
Gil sabe do Rock and Roll, e muito mais.



É irado ver o nosso povo comportado.
Não sabe nada de Rock.
Quem sabe de Rock e massacres é o povo argentino.
Basta olhar o Rock de toda sua história.
Trinta mil canções apagadas
Sem mais riff de guitarras
Sem mais vozes, sem mais cantos, sem mais nada
Sete anos de vermelho sangue pela Avelaneda



O Rock está nos pañuelos
De las abuelas y madres de Plaza de Mayo.
El Rock más lindo de todo el siempre.
Con ellas el Rock se calla
Por imenso respecto.
Y las saluda con amor.



Paulo Cesar Fernandes.

01 06 2014

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