Diálogo entre as artes
A vereda musical nos aparta de nós mesmos. Nos arroja ao fantasioso universo da arte, ou de todas as artes, pois elas se falam e se completam, as artes.
Um filete desenhado no papel simples tem sonoridade, é musical.
Como as cores amarelas, vermelhas e pretas são fortes acordes de um tango densamente interpretado.
A um tango não se canta. Se lo interpreta qual peça teatral. Se assim não for não será um tango, e não chegará ao coração.
Como folha em branco, tela virgem à espera do toque do artista, com seus pincéis e espátulas.
Tenho visto quadros silenciosos, cheios de tintas sem cor. Vendem, apenas vendem. Sem nada de arte atrás de si. Baldos de sensibilidade.
A música, o quadro, o palco...
Atores dizem o texto, não se perdem em palavra alguma, são tecnicamente perfeitos. Mas nunca chegaram a sentir em si a dor do personagem.
Quando sacados do universo da mesmiçe; talvez da mediocridade reinante, somos capazes de ver as artes, ouvir suas vozes e entender seus diálogos.
Momentos raros e inexplicáveis.
Quando somos arte.
Paulo Cesar Fernandes
04 02 2014
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