sábado, 3 de maio de 2014

20140204 Diálogo entre as artes

Diálogo entre as artes


A vereda musical nos aparta de nós mesmos. Nos arroja ao fantasioso universo da arte, ou de todas as artes, pois elas se falam e se completam, as artes.


Um filete desenhado no papel simples tem sonoridade, é musical.


Como as cores amarelas, vermelhas e pretas são fortes acordes de um tango densamente interpretado.


A um tango não se canta. Se lo interpreta qual peça teatral. Se assim não for não será um tango, e não chegará ao coração.


Como folha em branco, tela virgem à espera do toque do artista, com seus pincéis e espátulas.


Tenho visto quadros silenciosos, cheios de tintas sem cor. Vendem, apenas vendem. Sem nada de arte atrás de si. Baldos de sensibilidade.


A música, o quadro, o palco...


Atores dizem o texto, não se perdem em palavra alguma, são tecnicamente perfeitos. Mas nunca chegaram a sentir em si a dor do personagem.


Quando sacados do universo da mesmiçe; talvez da mediocridade reinante, somos capazes de ver as artes, ouvir suas vozes e entender seus diálogos.


Momentos raros e inexplicáveis.


Quando somos arte.


Paulo Cesar Fernandes

04 02 2014

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