Saber da Natureza
_ Que tenho em mãos? Sonhos.
_ Mas voce não quer...
_ Trocar sonhos por ilusões? Jamais. Sonhos tem base no chão e ilusões são fruto do AutoEngano.
_ Mas...
_ Nem gente e nem ideias fora de minha cabeça. O novo busco eu, e pouco a pouco vou me acertando dos meus erros, me reordeno e refaço meu caminhar.
_ Assim? Sozinho?
_ Aprendi de ver outros tantos escritores mortos. Pois compromisso tem um custo, muitas vezes a vida. No barato saiu para mim: solidão e ostracismo.
_ Solidão? E eu?
_ Amizade não é pensar junto, capaz de dialogar. Rebater em amplo patamar.
_ Mas conversamos.
_ E muito conversamos mas me questionas nunca, e não sou teu professor e jamais serei teu guru ou guru de alguém.
_ Aprendo contigo.
_ Não. Não comigo. Com os livros em tuas mãos, e nem todos eles indicados por mim. Te sei capaz, e cada vez mais, de andar sobre os próprios pés.
_ Puxa!
_ "Quando eu era criança pensava como criança, agora que sou adulto...". Não é assim?
_ Paulo de Tarso?
_ Ves como já sabes dos teus caminhos? Deixa teu cavalo te levar pelas rotas todas. Nós não as conhecemos. Todas não, apenas algumas...
_ Pois!
_ Da natureza aprendemos muito ao abrir-lhe os olhos na sede de observação.
_ Então é isso?
_ És livre como sempre fostes. Toma teu cavalo e lhe confia os caminhos. Dia virá de nova encruzilhada em nossas vidas. Os dois com alforja mais leve e muito mais a conversar. Vai meu filho, todo um sertão se abre aos teus olhos de observador.
_ Sigo sim amigo, paz e saúde em teu trotar.
_ Paz e saúde! Confia sempre muito em ti, e no teu cavalo.
Paulo Cesar Fernandes
05 03 2014
Obs.: Texto escrito após assistir o filme "Sertão Veredas" baseado na obra de João Guimarães Rosa.
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