Terra, terra, meu chão, meu rincão.
Um homem nasce e com seu chão já faz seu vínculo.
Nesse pé de terra aprende a andar. Primeiro engatinhando, e pouco a pouco
se vai pondo em pé. Faz-se firme, e se humano é, dela se aproxima mais e mais.
As aves de seu pago e seu canto. Os rios, ruas e recantos. Todos vão o
marcar pela vida em sua trajetória. Marcas de fogo nos recessos da alma.
Se a vida o desloca dali afora, nada lhe fica distante jamais. Há
sempre em suas mãos, a sensação dos grãos, a areia que o viu engatinhar. Sensação
que o mundo não tira.
Nossa cidade, nosso pago, é muito mais dum pedaço de terra, é muito
mais que todos os nossos sonhos. São as vozes e falas de nossa gente nos
ecoando nos ouvidos; os cheiros de nossas feiras; dos nossos mercados populares,
onde nosso sangue corre igual, numa irmandade sem par.
Puro sentimento!
O rio que corta minha cidade!
O mar que banha minhas praias!
Casas dos meus bairros: Gonzaga, Vila Belmiro.
Lembranças tantas acumuladas: o beijo; o seio; a maciez; a pele leitosa
e seu aroma.
Cativos do torrão que nos viu nascer, ganhar corpo, e avançar na vida.
Rincão hermoso, ponto de folguedos tantos: a rua; o jogo; a praia; a
viola no meio da noite, ao rés da calçada...
Terra minha. Comigo te levo por este mundo afora; caso a vida me
empurre, me afaste, me ponha fora. Nada mais me tira o que tão fundo forjastes.
Ideias, sonhos, energias, emergidas do teu chão, coisas todas comandando meu
coração.
Torrão natal, torrão natal!
A ti, te devo a vida. E o que trago de emoção.
Saibas enfim. Tu e eu somos apenas um.
Paulo
Cesar Fernandes
30 03
2013
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