Show, outro show. Shows que baixo da internet, tem feito parte de algumas das minhas noites uma vez que a TV nada que me interesse tem apresentado.
Dessa forma a música vem ocupando novamente o espaço que desde a infância e juventude ocupou. Bem conhecia os grupos de Rock desde Mamas e Papas a Eric Clapton e Santana. Passando pelo bando de gente que contribuiu com WoodStock nos idos de 68 e 69.
Veio a ideologia, a militância, e no pacote a ortodoxia, o preconceito empobrecedor:
_ YANKEE ? ? ? Não. Nada de bom vem dali.
Assim foram água abaixo Donovan, Bob Dylan, Eric Burdon and The Animals, etc. Os Bluesmen ficaram de fora, pois eram expressão mais forte dos oprimidos.
O tempo passou, Agora. Fase de retomada, reconstrução talvez.
Numa mesma semana, assistindo a dois shows de origens completamente diferentes Bob Dylan vem à tona: da Alemanha o grupo BAP canta uma música cujo nome não recordo agora; da Itália, a eterna e bela Itália, Francesco Guccini, o maestrone, canta Farewell de Dylan. Somado a isso o ídolo da França Johnny Hallyday tem na versão de House of rising Sun o seu grande sucesso. Sempre presente em suas maiores apresentações.
Uma ficha. Grande ficha. Da Era dos Flinstones caiu em minha cabeça. Esse grande hiato de distância com Bob Dylan tinha o preconceito, puro e simples preconceito como raiz maior. Burro, me senti. Burro demais. Quase sentia o espelho a me acusar. E foi difícil de acreditar.
Busco a reconciliação com um tempo, e com o tempo perdido. Revisito toda a obra do gênio. Um processo ainda em curso. Baixar as músicas; as letras; organizar a pasta de cada CD; imprimir para acompanhar cada texto. Em cada texto é um poema. Um pouco mais de filosofia.
Na juventude na Pasteur, a turma da rua dizia que eram espadões as letras de Dylan. Em dois aspectos espadões, por seu tamanho, pela sua acuidade na crítica social. Muitas feriam o “establishment”.
Enquanto foi guru de John Lennon este se sentiu seguro, após a separação talvez por desavença presto Lennon encontrou Yoko Ono. Espírito forte e de idéias também claras. Uma companheira de muito tempo.
Este meu reencontro com a música, e com Dylan mais especificamente, é como se sentir de volta a um lugar que é seu. Um vínculo perene. Um afeto culturalmente enriquecedor.
A música é como essas pessoas que nos enriquecem a cada momento. Sem afetação, dizem coisas que nos modificam, nos fazem refletir, nos acordam para aspectos não pensados ainda.
Em termos de pensar, e de fazer pensar Bob Dylan é fonte cristalina de material.
Vem mais dele por aqui.
Fernandes, Paulo Cesar (Keine Grenze
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