Quero quebrar as palavras, as prateleiras, destruir a Sala de Jantar.
Trocar todos os móveis e imóveis de lugar.
Da palavra tosca descobrir novos sentidos e construir castelos de vinho por vinhedos que jamais verei.
Me embrenhar nos sonhos e fazer cair todas as máscaras de todos os caminhos.
Alles luge! nos diz Rio Reiser.
É tudo mentira mesmo.
Se a poética não tiver espaço no canto do pássaro, e na mão que afaga.
Se a tua dor não me tocar e o teu riso não me fizer mais feliz.
A vida é breve, sacanamente breve.
Quando será a minha vez?
Por isso é urgente pisotear as palavras e faze-las plenas de tanto viver.
Estufadas de Vida a não mais poder.
O futuro eu trago nas minhas mãos.
Este segundo é tudo.
O passado morreu.
E aqui vou eu.
Nas asas do incerto, rumo ao desconhecido.
Para trás ficaram escombros.
Nada retornará.
No compasso de cada hora
Eu posso renascer.
Paulo Cesar Fernandes
28/12/2014
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