segunda-feira, 2 de julho de 2012

Fichamento de obra

Segue abaixo uma outra forma de fichamento de livrodiferente da que venho fazendo.
A que uso é mais complexa e trabalhosa, porém traz todos os conceitos do livro, sendo na verdade 40% do tamanho do livro.
Para conhecer minha forma de trabalho visite http://www.portalfernandeshegel.blogspot.com/
Vou repensar minha prática talvez.
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MITHEN, Steven J. A pré-história da mente: em busca das origens da arte, da religião e da ciência; trad. Laura Cardellini Barbosa de Oliveira- São Paulo : UNESP, 2002.

The Prehistory of the Mind: A Search for the Origins of Art, Religion, and Science.


Prefácio à edição brasileira (por Walter Neves), CAP 1.


PÁG
TRECHO
9
Como vivemos num país onde os novos paradigmas das “ciências” humanas aplicadas demoram décadas para chegar (e, às vezes, quando chegam, são implacavelmente “fritados” pela inteligentsia local), a pedagogia entre nós ainda apresenta forte tendência piagetiana. Ocorre que Piaget, bem como a maioria de seus contemporâneos e antecessores, criou suas teorias sobre o desenvolvimento da mente humana com base nas premissa de que ela se assemelha a uma esponja ou aum computador dotado de grande algorítmo, pau-para-toda-obra, que poderíamos denominar inteligência generalizada

o bem conhecido fator G
19
... e finalmente nossa espécie, Homo Sapiens Sapiens, que surgiu há cem mil anos...
24
Utilizar o quadro colocado à essa página, que compara a forma usual que as ciências sociais enxergam a cognição e a forma que os psicólogos evolucionistas a enxergam.

Os psicólogos evolucionistas argumentam que a constituição biológica exerce uma influência marcante na nossa maneira de pensar. Eles acreditam que a mente é formada por uma série de processos cognitivos especializados, cada um dedicado a um tipo específico de comportamento – como as lâminas de um canivete suíço. Ao nascermos essas lâminas já contêm um conhecimento substancial do mundo.

Talvez as lâminas não conheçam nada do mundo, mas já estariam calibradas [a expressão é minha] para atuar de acordo com padrões transmitidos geneticamente.

57
... as culturas não são apenas listas de fatos sobre o mundo, e sim maneiras específicas de pensar e compreender: a mente-esponja é aquela que absorve os próprios processos de pensamento.

Ok, bela forma de argumentar: ele nos trás um argumento comum em psicologia. Porém logo à frente derruba este argumento (extremamente sedutor e utilizado nas bases de diversas teorias) com um argumento mais adequado.

... mas esta analogia não nos ajuda a pensar sobre como nosso intelecto resolve problemas, como aprende. Isso é mais do que acumular e depois regurgitar fatos; ... podemos pensar no intelecto adquirindo dados, processando-os, resolvendo um problema e fazendo que nossos corpos executem o resultado. O cérebro é o hardware, a mente o software. Mas quais são os programas utilizados?

Depois nos derruba novamente, dizendo que esta analogia também é falha, pq a mente de uma criança faz algo que nenhum computador é capaz de fazer: criar. Imaginar coisas que não existem do lado de “fora”.
62-64
Mithen fala do sistema de Fodor. Basicamente, existem dois sistemas de processamento de informações. No sistema de entrada, a informação é encapsulada, isto é, não ouvimos a imagem nem sentimos o cheiro do som. Este sistema nos faz reagir de maneira automática aos eventos e não é integrativo. Já um outro sistema, o da cognição, é holistico e integrativo, e não são possíveis de serem estudados. ( pensamento, resolução de problemas, imaginação e inteligência). E não possuem área definida no cérebro.

Resumindo, Fodor acredita que a mente possui uma arquitetura de dois níveis; o inferior é como um canivete suíço e o superior como ... bem, não podemos descrevê-lo porque não existe nada igual a ele no mundo.

A percepção foi gerada para detectar o que está certo neste mundo: em situações de perigo ou oportunidade, uma pessoa precisa reagir rapidamente e sem pensar. “sem dúvida é importante prestar atenção no eternamente belo e verdadeiro. Mas é muito mais importante ainda não sermos devorados”(FODOR, 1985, p.4). Em outros momentos , no entanto, sobrevivemos contemplando a natureza do mundo de maneira lenta e reflexiva, integrando muitos tipos de e fontes de diferentes de informação. Apenas desta forma podemos chegar a reconhecer as regularidades e a estrutura do mundo. “A Natureza fez força para manter as duas coisas”.
66
... é de que apesar da independencia dos processos centrais de cada inteligência, “no relacionamento humano normal, tipicamente encontramos conjuntos de inteligência trabalhando juntas e até harmoniosamente, a fim de executar atividades humanas complexas”.

Aqui ele fala da teoria das 7 inteligências de Gardner ( ver inteligências Múltiplas e Inteligência emocional para uma introdução ao assunto)
68
O ponto de partida dessa argumentação [a mente é o resultado da evolução humana] é a mente ser uma estrutura funcional tão complexa que não poderia ter surgido pelo acaso. Se estamos dispostos a ignorar a possibilidade de uma intervenção divina, o único processo conhecido que pode ter dado origem a tamanha complexidade é a evolução pela seleção natural.

Aqui entra mais uma analise possível: dentro do que parece ser nosso recorte, a psique do favelado, a forma de compreensão do mundo e de vida não pode ser uma forma de sobreviver às pressões ambientais correntes? Certos tipos de corpos, de mentes e de estruturas seriam mais bem adaptados à vida difícil e comunal, outros não... talvez os índices de mortalidade decrescentes se devam não só às melhorias sociais, mas à própria evolução daquela população. Àqueles que eram mais vulneráveis morreram quando crianças, antes de gerar descendentes. Os que sobraram, geraram descendentes com maior probabilidade de sobreviver num ambiente inóspito.


68
... a mente humana evoluiu sob a força das pressões seletivas enfrentadas pelos nossos ancestrais enquanto viviam como caçadores-coletores nos ambientes do Pleistoceno – os atos e cenas centrais na nossa pré-história. Na medida em que esse modo de vida terminou há apenas uma fração de tempo em termos evolutivos, nossas mentes permaneceram adaptadas à caça e à coleta

 esse argumento refere-se aos estudos de Leda Cosmides  e John Tooby
78
Deem um gatinho a uma criança e ela acreditará que o bichano tem uma mente igual à sua. Antropomorfizar parece ser compulsivo. Dêem uma boneca à criança e ela começará a conversar com o brinquedo, a dar-lhe comida e trocar fraldas.


Assim é com o Estado, as instiuições, as leis...


















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