Edu Lobo
Limite das Águas
1976
This is Edu Lobo – Limite das Aguas (1976), for Continental, featuring one of the most requested artists by Loronix community, backed by a constellation of Brazilian musicians. Edu Lobo delivers a blend of Jazz with Brazilian music from Nordeste, Northeast region. Arrangements are in charge of Mauricio
Mendonca, also known as Mauricio Maestro from the vocal group Boca Livre. Joyce vocals can be heard in two tracks, as described at personnel listing section.
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*** Personnel
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Edu Lobo: arrangements, voice, violao
Cristovao Bastos: electric piano
Rubinho: drums
Mauricio Maestro, Edson Lobo: bass
Toninho Horta: violao
Claudio Guimaraes: guitar
Marcio Montarroyos: trumpet
Edson Maciel: trombone
Jorginho, Macae: alto sax
Oberdan: tenor sax
Geraldo: baritone sax
Os 3 Morais: vocal
Gege, Claudio Carybe, Rubinho: percussion
Danilo Caymmi, Paulo Guimaraes, Mauro Senise, Nivaldo Ornellas, Dimitri: flute
Joyce: vocals
Lindolfo Gaya, Otavio Basso: conduction
Claudio Bertrami: bass
Jacques Morelenbaum: cello
Wanda Lobo, Malu, Cybele, Angela, Fernando Leporace: choir
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*** Tracks
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01 Uma vez um caso (04.10
Edu Lobo Cacaso
02 Negro Negro (04.00
Edu Lobo Capinan
03 Considerando (03.33
Edu Lobo Capinan
04 Toada (03.56
Edu Lobo Cacaso
05 Gingado dobrado (02.50 Nordestino
Edu Lobo Cacaso
06 Limite das Águas (04.02
Edu Lobo
07 Cinco crianças (03.38
Edu Lobo Gianfrancesco Guarnieri
08 Segue o Coração (03.18
Edu Lobo Gianfrancesco Guarnieri
09 Repente (04.31
Edu Lobo Capinan
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*** Letras
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01 Uma vez um caso
Foi um pensamento que varou a noite
Foi um trem-de-ferro que sumiu na noite
Foi um peixe-espada que feriu a noite
Foi um sofrimento que bateu na noite
Era uma vez um caso
Um soldado raso
Que matou seu bem
Do que se sabe ao certo
Teve alguém por perto
Não se sabe quem
Era um amor escravo preso em outro amor
Uma lição de dor uma paixão assim
Era um amor tão bravo que não tinha fim
Foi um vento doido que dançou na noite
Foi a própria morte que dançou na noite
Tinha traição no caso
Tinha desengano
Tinha leva-e-trás
Um coração calado
Uma intenção partida
Um desencontro a mais
E decisão de dor nunca se volta atrás
Ponta de faca espada rabiscando o ar
Uma paixão escrava querendo voar
Um, dois, três e quatro e quem quiser que conte
Um, dois, três e quem quiser que conte outra
Um, dois três e quatro e quem quiser que cante
Um, dois, três e quem quiser que cante outra vez
02 Negro Negro
Nem a água será espelho
Nem a cinza negro, negro
Nem o vôo será um traço
Original e perfeito
Nem o riso será do louco
Nem o sacro será do luto
Nem o mal fruto do acaso
Nem o bem o mel do justo
Quando o negro, negro de seus olhos
Se espalhar na natureza
Nem aves de arribação
Habitarão a tristeza
Quando o negro, negro de seus olhos
Se espalhar na natureza
Nem aves de arribação
Habitarão
Sequer a forma do pó
O vivo dará ao morto
Nem o amargo da bôca
Dirá do amor o seu gosto
Eu não quero saber o nome
Da fera comum das ruas
A forma cruel de luas
Que ordinária nos consome
Quando o negro, negro de seus olhos
Se espalhar na natureza
Nem aves de arribação
Habitarão a tristeza
Quando o negro, negro de seus olhos
Se espalhar na natureza
Nem aves de arribação
Habitarão
03 Considerando
Considerando os meus erros
E pequenos acertos
Eu me achei no direito
De, ao menos, pedir
Um alívio pro meu peito
Menos peso pro meu dia
Na carência dos meus beijos
Maldito bem da poesia
Considerando o naufrágio
A rotina dos barcos
Eu me achei no direto
De ao menos, pedir
Tempo claro pro meu rumo
E nos temporais da febre
De quem fuma, de quem bebe
As longas noites vazias
Eu sou o homem comum
Eu sou a mulher da rua
O vagabundo poeta
O navegante da lua
Considerando os meus erros
E modestos acertos
Eu me achei no direito
De, ao menos, pedir
Que o claro cruel da lua
Que o fogo feroz do dia
Paguem o preço da lembrança
Das longas noites vazias
04 Toada
Fiz um verso tão bonito
Que carrego na lembrança
Nunca mais eu vi o mundo
Com meus olhos de criança
Quis prender a quem amava
A corrente se quebrou
A esperança que eu guardava
Era pouca e se acabou
Não conheço mar bravio
Que me faça retornar
Não conheço nenhum rio
Que não corra para o mar
Rio abaixo, rio acima
Meu destino dá no mar
Eu que não sou marinheiro
Eu que nem sei navegar
05 Gingado dobrado (Nordestino
O que é só meu não vou contar
Só sei cantar não sei rimar
Dia ,agonia, alegria, arrelia, Maria fingia me amar
Fio, pavio, arrepio, não fio em juras de amor e de mar
Só sei cantar não sei rimar
Sou remador não sei remar
Medo, arremedo, rochedo, segredo, degredo de amor e de mar
Digo, maldigo, castigo, consigo, não sigo, persigo outro mar
Quem não encontra seu chão
Faz seu castelo no ar
Digo uma palavra só pra ver
Qual é o seu gingado dobrado
Eu não sei falar do meu amor
Sempre fiquei calado
O que é só meu não vou contar
Só sei cantar não sei rimar
Medo, arremedo, rochedo, segredo, degredo de amor e de mar
Digo, maldigo, castigo, consigo, não sigo, persigo outro mar
Quem não encontra o seu chão
Faz seu castelo no ar
O meu sentimento ninguém vê
O meu verso não revela,cancela
Digo uma palavra só pra ver
O requebrado dela
06 Limite das Águas
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*** Instrumental vocalizado
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07 Cinco crianças
Cinco crianças sem dono
Querendo enxergar na escuridão
Eá, eô !
Cinco com medo de tudo
No meio do mundo irmão com irmão
Eá, eô !
Mãos dadas na mesma sorte
Mãos dadas com pedras na mão
Mãos dadas lutando com a morte
Mãos dadas com pedras na mão
Há lugar no céu sereno
Há medo no coração
Cinco crianças sem dono
Susurrando uma canção.
08 Segue o Coração
Já é hora adormece
No acalanto dessa canção
Cai a noite, vira o vento
Voz do medo na escuridão
No teu sono ganha o mundo
E meus sonhos renascerão
Mesmo as flores sufocadas
Dão perfume em sua aflição
Como um grito de esperança
Rasga a teia da solidão
Como as ondas
Simplesmente vai
Segue o coração.
09 Repente
Nem o rato
Nem o gato
Nem patativa do norte
Só o ato
Só a vida
É mais ativa que a morte
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