Escrevia eu de tarde quando me acaba a tinta da caneta.
_ Justo agora! - disse eu pesaroso. - Quando o texto me fluia com maior vigor a caneta me falha.
De imediato saí em busca de outra para dar prosseguimento ao trabalho.
"_ Uma caneta é como nós. Tem lá sua quilometragem de escrita. Chegada a essa marca para de escrever. E acabou. Ponto final."
Um materialista assim pensa de sua vida.
De outra forma pensa quem sabe da imortalidade do Ser, alma, ou espírito.
Para estes o fim da vida é apenas um deixar o corpo, para seguir vivendo em uma outra dimensão.
A grande dúvida para todos é o que está do outro lado desse imenso muro.
Ao nos vermos obrigados a saltar para o outro lado qual será nossa situação? Felizes? Saudosos do corpo? Saudosos do palco da vida, ou do palco cênico caso sejamos artistas?
As religiões e a filosofia se debruçam sobre tais questões.
Tenho minha posição, mas por justiça reivindico o direito de todos escolherem o próprio caminho.
Afinal, segundo penso, não há Verdade ou verdades. Somos plena autonomia, somos plena Liberdade.
Sendo isso o que nos permite voar. Singrar os ares do sonho de trazer a Justiça para a face da Terra.
Nossa tinta um dia acabará.
Mas, a cada quilômetro caminhado, possamos estar mais fortes em nossos sonhos e mais capazes de torná-los realidade concreta.
Viver é sonhar coisas superiores. Todo o resto é ilusão.
Paulo Cesar Fernandes
24/09/2014
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