segunda-feira, 29 de abril de 2013

20130429 Toni Negri e a realidade latinoamericana

Antonio Negri (Italiano) e Richard Hardt (norteamericano) se uniram e escreveram "Império" um livro que critica a globalização. Um livro até festejado pela Mídia ocidental, o que já o coloca sob suspeita.


Assisti um video do Youtube onde Negri fala de Multidão, dentro deste contexto globalizado.

Ou nada entendi ou esse pensador está posando como crítico, mas carrega em si toda uma mentalidade apoiadora de tudo quanto aí está.

Segue com uma visão de mundo colonialista/imperialista. Um discurso radical, mas que não fecha em sua lógica interna.


Apesar de se valer de categorias (conceitos) como classe social; individualismo do capitalismo; estado burguês (o Estado dos Contratualistas como David Hume; Montesquieu); a violência do capitalismo; etc. em seu discurso falta algo. Está completamente descolado do que passa hoje na América Latina.


América Latina vive hoje um processo de democracia em alguns países, mas democracia pautada em outras bases.


Não mais a democracia representativa liberal burguesa. Outra coisa. Democracia participativa, a caminho de uma democracia popular plebiscitária.


Os governos desses países são governos de todos e para todos, visando o bem comum da maioria dos cidadãos.


A Bolívia já é um Estado Plurinacional. O que significa isto?


Um Estado que ve e acolhe as várias nações dentro dele existentes. Dessa forma Quechuas, Aymaras, Guaranies, e todas as demais se vem representadas no Estado, inclusive em seu parlamento.


Segmentos sindicais, categorias profissionais, estudantes, todos tem força e representatividade nesse Estado.


Segundo Álvaro Garcia Pinera "É dificil. Existe o conflito. Mas assim é." Governar é administrar conflitos dos diversos segmentos componentes de uma sociedade.


O exemplo da Bolívia vem sendo olhado com carinho por outros países em processo de mudança: Equador; Venezuela e Argentina.

Países que começam a valorizar a cultura dos Povos Originários, primeiro passo para a normatização dos seus direitos. Não apenas o direito de ter um pedaço de terra e ali ficar alijado do resto da sociedade. Esses países caminham na construção da cidadania plena para esses povos. Rompendo com o preconceito que os de
origem européia tem para com esses povos.


O mesmo preconceito que os europeus nutriram sempre e ainda nutrem com relação aos habitantes da América Latina. O que eles não percebem é que as dificuldades enfrentadas por eles hoje, nós já superamos faz dez anos. Isso significa que em termos economicos e de integração, nós estamos dez anos à frente de
velha Europa.


Um continente que sofre dificuldades porque "já era". Insiste no neoliberalismo, algo que provou ser ineficiente e excludente da maioria da população, gerando fome e violência onde quer que esteja em vigor. Brasil por exemplo.


O Eurocentrismo é algo que esboroa pela sua própria fragilidade. A criatividade tem fala hispânica e vai construindo uma outra civilização, distante dos velhos parametros ideológicos, e colocando todos os homens no centro da sociedade.


Em muitos países a igualdade e o respeito consta na Constituição, mas é letra morta.


Os processos sociais. O povo nas ruas é que vão vivificar essa letra morta tornando-a uma realidade concreta tal qual ocorre na Bolívia de Evo Morales.



Paulo Cesar Fernandes

29  04  2013


 

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