O frio das ruas : Eva resiste.
E do recanto do LAR.
Vejo as meninas lá.
Na Indianópolis.
Com seus dez centímetros de saia.
E as contas a pagar.
Tenho carinho por elas
Não sei a razão
A marginalidade talvez
Seja rota de união
Fonte do meu carinho
Por Evas tão fragilizadas
Temo por suas vidas
Por sua morte e sobrevivência
Cada dia mais
A margem se afasta
Do centro da sociedade
E tantas Evas das noites
Cada vez mais desprotegidas
Das velhas ideologias
Neonazistas;
Xenófobas;
Sexistas.
Se arriscam cada noite
Quer no distante bairro
Quer no ponto de trabalho
E o frio da cidade
Lhes fecha espaços
Lhes atira pedras em palavras
Nenhum calor
Nenhuma mão amiga.
Afinal.
Não se privatiza via empresas.
A mais antiga profissão.
Eva então segue solitária.
Na fria esquina de cada dia.
Paulo Cesar Fernandes.
23/04/2017.
P.S.:
Sob o manto da Arte de Fabrízio de Andrè
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