Criativo demais na TV Escola. Paulo Merkun entrevista um personagem histórico interpretado por um ator ou uma atriz.
É a segunda oportunidade de assistir essa inovação na TV Brasileira.
No desenrolar da entrevista a vida e o pensamento do/da personagem são sendo desdobrados de maneira interessante.
Ontem o foco esteve sobre a educadora Maria Lacerda de Moura.
Mais sobre esta pensadora?
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Maria Lacerda de Moura (Manhuaçu, 16 de maio de 1887 — Rio de Janeiro, 20 de março de 1945) foi uma anarquista brasileira que se notabilizou por seus escritos feministas.
Vida
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Formou-se na Escola Normal de Barbacena e trabalhou como
educadora, adotando a pedagogia de Francisco Ferrer e lecionando em Escolas Modernas.
Em 1920, no Rio de Janeiro, fundou a Liga para a Emancipação
Intelectual da Mulher, que combateria a favor do sufrágio feminino.
Após mudar-se para São Paulo em 1921, se tornou ativa colaboradora da imprensa operária, publicando em jornais como A Plebe e O Combate.
Em 1923, desagradou outros anarquistas por se referir positivamente às reformas educacionais promovidas pelos bolcheviques na URSS, mesmo após a perseguição política que os anarquistas russos sofreram durante e após a Revolução Russa de 1917 ter se tornado pública.
Entretanto, também recusou convites para ingressar no recém-formado Partido Comunista do Brasil.
Entre 1928 e 1937, viveu numa comunidade agrícola autogestionária em Guararema, formada principalmente por anarquistas e desertores espanhóis, franceses e italianos da Primeira Guerra Mundial, "livre de escolas, livre de igrejas, livre de dogmas, livre de academias, livre de muletas, livre de prejuízos governamentais, religiosos e sociais".
A repressão política durante o governo de Getúlio Vargas forçou a
comunidade a se desfazer, levando-a a fugir para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Rádio Mayrink Veiga lendo horóscopos.
Fez parte da maçonaria e da Rosa Cruz, mas se distanciou desta
publicamente, após saber que sua sede em Berlim havia sido cedida aos nazistas, e desautorizou seu filho adotivo a reconhecê-la, após este ter se associado aos integralistas.
Sua última conferência (O Silêncio) foi realizada no Centro Rosa Cruz, ao qual voltou a se ligar ao final de sua vida. Além de pacifista, foi também vegetariana e antivivisseccionista (direito dos animais).
Obras
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Dentre seus vários livros se destacam:
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Em torno da Educação
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Renovação
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A fraternidade na escola (1922)
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A mulher hodierna e o seu papel na sociedade (1923)
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A mulher é uma degenerada? (1924)
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Lições da Pedagogia (1925)
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Religião do amor e da beleza (1926)
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De Amundsen a Del Prete (1928)
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Civilização, tronco de escravos (1931)
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Amai-vos e não vos multipliqueis (1932)
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Serviço militar obrigatório para a mulher? Recuso-me… (1933)
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Han Ryner e o amor no plural (1933)
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Clero e Fascismo, horda de embrutecedores (1933)
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Fascismo – filho dileto da Igreja e do Capital (1933)
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Português para os cursos comerciais (1940)
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O Silêncio (1944)
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Importância
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Maria Lacerda de Moura é considerada uma das pioneiras do feminismo em Brasil, e certamente foi uma das poucas que observaram a condição feminina dentro da perspectiva da luta de classes.
Anticlerical, escreveu numerosos artigos e livros criticando tenazmente a moral sexual burguesa, denunciando a opressão exercida sobre todas mulheres, e em especial as das camadas mais pobres.
Entre os temas eleitos pela escritora, nós encontramos a educação sexual dos jovens, a virgindade, o amor livre, o direito ao prazer sexual, o divórcio, a maternidade consciente e a prostituição, assuntos considerados tabu naquela época.
Seus artigos foram publicados na imprensa brasileira, uruguaia, argentina e espanhola. A autora fundou também a revista Renascença, cujo foco foi a formação intelectual e moral das mulheres.
Em seu livro "Religião do amor e da beleza", Maria Lacerda de Moura defende o amor livre.
Para ela, o amor só seria livre quando as mulheres não fossem mais compelidas aos braços dos homens por estarem submetidas a
constrangimentos financeiros (seja pelo casamento, pela prostituição ou pela "escravidão do salário"), nem estivesse atada a preconceitos religiosos de qualquer natureza.
A autora também procura diferenciar sua concepção de amor livre
daquela defendida por pensadores como Émile Armand.
Fonte: Wikipedia.
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Evidentemente fui obrigado a colocar o babador ao longo do programa.
Este já ia a meio quando cheguei na emissora.
Esta mulher chegou no início do século passado ao ponto onde apenas cheguei agora. Louvor a ela.
Paulo Cesar Fernandes.
07/05/2016.
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