Momentos
Na verdade há momentos onde as palavras não cabem, tal a força da emoção brotando das profundezas da alma.
Uns chamam de momentos místicos,
outros de "retiros espirituais" (Gil)
e cada outro dará a esses espaços de luz interior a
denominação a si mais interessante.
Mas o fenômeno é o mesmo.
Venha ele da emoção de uma música bem executada;
do sentir a presença de um Ser de outra dimensão que nos é próximo por laços sanguíneos ou ideológicos;
outra feita é um vagabundo de Van Gogh no MASP;
ou ainda é a emoção de ver uma Escola de Samba passar, ou simplesmente existir.
"Quando penso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Lembro da minha escola
E dos poetas da minha
Estação Primeira
Nem sei quantas vezes..." (Nelson Cavaquinho.
A Espiritualidade se diz presente de diversas maneiras, e nos mais diversos momentos. Nós, ocupados em outros pontos não a percebemos.
E ela insiste em brotar dizendo:
"Tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê
É um pouco mais
Que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar"
Sei lá Mangueira (Paulinho da Viola
Vista assim do alto
Mais parece um céu no chão
Sei lá,
Em Mangueira a poesia fez um mar, se alastrou
E a beleza do lugar, pra se entender
Tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê
É um pouco mais
Que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar
Sei lá não sei...
Sei lá não sei...
Não sei se toda beleza de que lhes falo
Sai tão somente do meu coração
Em Mangueira a poesia
Num sobe e desce constante
Anda descalça ensinando
Um modo novo da gente viver
De sonhar, de pensar e sofrer
Sei lá não sei, sei lá não sei não
A Mangueira é tão grande
Que nem cabe explicação
===
Não. Não tente entender.
A Razão não dá conta de todos os fenômenos.
Deixe-se viver.
Emocione-se!
Isso basta.
Paulo Cesar Fernandes.
03/01/2016.
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