Cidade.
A cidade está no homem.
Dentro do homem.
A cada passo do homem pela cidade, esta se fixa mais profundo nele. Deita raizes e se expande dentro dele. Toma mais espaço. O homem não pousa na cidade, ele a absorve a cada dia no seu viver intenso dentro dela.
A casa reformada na Pompéia tem um outro sentido para o Homem da Minha Cidade de Santos. Não é apenas uma casa com outra roupa, mas algo se foi dos tempos do IT Clube no Canal 2. A nova roupa nos fala disso com frieza.
Cada alteração na cidade mata o homem nas suas memórias.
Memórias são referenciais.
O edifício da Rua Manoel Vitorino matou a casa da Rita e a minha. A minha casa onde aprendi a ver as horas no relógio do segundo andar.
Viu?
A cidade habita o homem.
E Ferreira Gullar não mente.
Mil anos atrás; numa entrevista para o Pasquim, Gullar já falava do poste da nossa cidade.
E quem não se lembra do poste em frente a casa do Jorge?
Era de ferro e fazia barulho quando a gente atirava pedras nele.
Um poste é um poste.
Mas tem poste que é lembrança.
Um rio é um rio. Mas o Rio Coxipó lá de Cuiabá é mais lembrança que realidade. Pois a minha cidade não é mais Cuiabá.
No meu eterno voo pousei por um ano naqueles recantos, e desfrutei de uma outra realidade.
Real mesmo é Minha Cidade de Santos.
AQUI e AGORA ! ! !
Já disse mais de uma vez: "Eu e Santos somos um só corpo."
E ISSO É O BOM DA VIDA !
Paulo Cesar Fernandes.
14/01/2017.